A empresa relatou que as peças estarão disponíveis para iPhones de modelo 12 e 13, e para Macs com o chip M1, ao longo de 2022 (exclusivamente para os EUA no começo do ano, e para o resto do mundo ao decorrer de 2022).

Como assim “uma grande mudança”?

A Apple tem um histórico bem conhecido de não facilitar os consertos e ajustes de seus produtos por parte dos consumidores, seja por mão deles próprios ou de serviços terceirizados, indo ao encontro do movimento “Right to Repair” (“direito de consertar”, em tradução livre), cujos membros protestam contra a pouca durabilidade dos eletrônicos e a falta de suporte ao conserto doméstico destes por parte das grandes corporações. O anúncio de venda de partes separadamente mostra uma mudança deste comportamento por parte da Apple.

O movimento “Right to Repair”

A baixa durabilidade de equipamentos eletrônicos atualmente — considerando que aparelhos não chegam a durar nem 5 anos — vem sido constantemente questionada nos últimos anos, englobando um caso em 2017 onde a Apple foi processada por deixar aparelhos eletrônicos antigos mais lentos e menos funcionais propositalmente. Estas práticas, além da exclusividade relativa à manutenção de aparelhos pela própria Apple e da preocupação com a geração exacerbada de lixo eletrônico, estão dentre os principais motivos que levaram ao movimento Right to Repair, que busca reivindicar o direito do consumidor de consertar seu iPhone, Mac e quaisquer outros equipamentos, e exigir uma durabilidade maior dos eletrônicos das grandes empresas. O movimento tem bastante força nos EUA e na Europa, e em lugares como o Reino Unido, as empresas são obrigadas por lei a fornecerem peças e materiais para conserto de seus aparelhos por parte de seus consumidores, sujeitas a multas caso contrário. É facilmente presumível que o alcance do movimento, especialmente nos EUA, tenha tido influência no anúncio de peças pela Apple.

O novo programa “Self Service Repair”

A mudança tomada pela Apple foi anunciada através do projeto Self Service Repair (“conserto próprio”, em tradução livre), no qual a empresa anunciou prestar suporte através não apenas do fornecimento das peças e materiais, mas também através de manuais de instruções inclusos junto a estes, que mostram ao consumidor um passo a passo de como desmontar, montar e consertar seu iPhone e outros aparelhos da marca. De acordo com o site da própria Apple, os clientes poderão procurar pelos materiais e peças não apenas online, mas também em mais de 5000 lojas autorizadas Apple e mais de 2800 provedores terceirizados. O programa inicialmente focará nos ajustes e modificações de câmera, bateria e display dos aparelhos, e reparos adicionais serão introduzidos com o passar do tempo em 2022. É válido apontar que o serviço prestado pela empresa apenas cobrirá garantia de seus aparelhos caso estes se encontrem em estado que se enquadre no que é estabelecido nas instruções, dado que qualquer mudança que não esteja prevista encerrará o período de garantia. Portanto, a empresa reitera que o serviço é voltado primariamente aos consumidores que já possuem alguma experiência com reparo de aparelhos eletrônicos, ainda sugerindo que os consumidores que não querem se aventurar compareçam a distribuidoras autorizadas. Dito isto, as peças, ferramentas e manuais também estarão disponíveis através de lojas terceirizadas, oferecendo opções um pouco mais em conta de modificação e conserto caso os clientes prefiram não se arriscar a consertar os eletrônicos em casa.

Leia também

Confira 10 dicas para customizar seu iPhone 13: Fonte: The Verge, Apple, TechCrunch

Apple vender  pe as para voc  consertar seu iPhone ou Mac em casa  - 24Apple vender  pe as para voc  consertar seu iPhone ou Mac em casa  - 37Apple vender  pe as para voc  consertar seu iPhone ou Mac em casa  - 25