A história começa logo no início da pandemia do novo coronavírus, em fevereiro deste ano, no laboratório de Inteligência Artificial do Facebook em Paris. Sabe-se que nos estágios iniciais do surto, a Europa foi uma das regiões mais afetadas pela doença, e Antoine Bordes, Diretor Administrativo do Facebook AI Research, e sua equipe sabiam que algo maior estava por vir. Com poucas esperanças de que o governo tomasse a iniciativa para combater a pandemia, Bordes e seu time obtiveram autorização de Mark Zuckerbeg, CTO do Facebook, para iniciar seus trabalhos. “Isso tudo começou de baixo, com muitas pessoas dizendo “Nós queremos agir.” Claro, grandes pesquisas não acontecem do dia para a noite. Projetos em larga escala, como esses, levam meses ou anos para ficarem prontos. Entretanto, o fator primordial para o sucesso foram os integrantes da equipe. Cerca de 80 a 90 pessoas distribuindo e criando ideias sobre o que poderia ser feito. Porém, com tantas pessoas sugerindo planos, essas ações precisavam ser coordenadas: Após isso, Bordes pediu para que nos três dias seguintes sua equipe voltasse com todas as propostas que possuíam, mas a prioridade eram ideias sobre o avanço do lockdown e informações sobre a COVID-19 que ajudassem as pessoas a não tocarem seus rostos. Ao final, cerca de 15 ideias principais foram apresentadas, e Bordes precisava encontrar parceiros externos para ajudar na tarefa. As vezes você quer ajudar, você quer realizar uma ação humanitária, e na verdade, escolhendo o caminho errado, ou o jeito errado de fazer as coisas, você está fazendo algo não tão bom assim.” Antoine diz que o Facebook trabalhou com epidemiologistas, visto que a área de atuação da empresa não tinha entendimento teórico com a área da saúde. Com o passar dos dias, a equipe foi se dividindo e seus temos principais e aumentando sua área de atuação, como profissionais trabalhando na obtenção de dados, criando softwares em código aberto, em contato com universidades ou veículos de comunicação. Porém, talvez o projeto de maior significado para os pesquisadores foi o de prever o espalhamento do vírus. Essa previsão foi baseada na pesquisa da Maximilian Nickel, um pesquisador de IA de Nova York, que estudava a disseminação de mensagens por gráficos sociais. Uma vez com a chegada da pandemia, Nickel passou a estudar a previsão da COVID-19 nas cidades de Nova York e Nova Jersey em semanas. Com todo o trabalho esquematizado, a equipe do Facebook estava com os dados em mãos e levou sua pesquisa até laboratórios de epidemiologia. Os principais foram os da Universidade de Nova York e a Universidade de Cornell. Os especialistas ficaram impressionados com a qualidade das previsões, e aplicaram esses estudos em suas pesquisas durante a primeira onda da COVID-19 em NY e Nova Jersey. Tudo isso foi realizado há meses, porém o time de IA do Facebook também havia desenvolvido ferramentas para detectar notícias falsas a respeito do novo coronavírus, algo nada fácil se der feito devido a complexidade de automatizar tais informações. Além disso, foram criadas postagem para oferecer ou solicitar ajuda. Nesse momento, o Facebook trabalha junto com a Universidade Politécnica da Catalunha para realizar pesquisas e previsões também na Europa, uma tarefa bem mais difícil pelo fato do compartilhamento de dados ser feito em diferentes formatos. Esses profissionais ainda almejam ajudar países mais vulneráveis durante a pandemia, porém a desinformação e ausência de dados é um fator preponderante na hora de criar previsões ou ferramentas no combate a COVID-19. É importante destacar também que as previsões do Facebook não são as únicas existentes. É o caso de Youyang Gu, um cientista de dados que trabalha de forma independente e constrói suas próprias previsões a respeito da doença. Todas essas previsões são realizadas quase que de modo conjunto, os dados e suposições se misturam e ajudam os cientistas a terem base teórica para desenvolver suas pesquisas. Youyang diz que o impacto será benéfico caso cada vez mais pessoas tenha acesso a previsões e dados científicos. O Showmetech reitera a informação de que o Brasil está vivendo uma segunda fase do coronavírus e alerta aos leitores para ficarem em casa, higienizarem bem as mão e o corpo, e realizar o distanciamento social quando possível. Fonte: Protocol