Para o feito, a nave da missão DART chocou-se voluntariamente, no último dia 26 de setembro, com o asteroide Dimorphos, que é satélite de um asteroide maior, chamado Didymos, e que fica localizado a cerca de 11 milhões de quilômetros da Terra. Dessa forma, conseguiu deslocá-lo, informou o chefe da agência espacial, Bill Nelson, que ainda disse que este é “um momento decisivo para a defesa planetária e um momento determinante para a humanidade”. Nelson ainda afirmou que, antes do impacto, o Dimorfo levava 11 horas e 55 minutos para orbitar o seu asteroide maior, com o qual forma o sistema de asteroide duplo. Segundo ele, a nave conseguiu reduzir essa órbita em 32 minutos, representando uma mudança de 4% na rota. Com isso, a órbita do Dimorfo agora se aproximou cerca de dez metros do outro asteroide, e a mudança resultante em sua trajetória é permanente. “Teria sido um sucesso se tivesse desacelerado [a órbita] em apenas cerca de 10 minutos, mas, na verdade, a reduziu em 32 minutos“, comemorou o chefe da agência espacial. A alteração foi considerada “espetacular e animadora” por Nancy Chabot, cientista planetária do Johns Hopkins Applied Physics Laboratory (APL) e vice-presidente da Meteoritical Society:

Missão de defesa planetária

Tão comum em produções de cinema, a intervenção do homem em rotas de asteroides nunca foi realizada antes na história da humanidade. O teste teve como intuito saber como agir em um possível futuro caso em que se precise proteger a Terra de asteroides semelhantes ao que causou a extinção dos dinossauros há 66 milhões de anos. Estima-se que existam cerca de 10 mil asteroides próximos à Terra com ao menos 140 metros de tamanho. Cientistas ainda consideram haver mais de 15 mil desses objetos a serem descobertos nas próximas décadas. No entanto, nenhum deles tem chance significativa de atingir o planeta nos próximos 100 anos, segundo a NASA. A sonda utilizada na missão foi lançada no dia 24 de novembro de 2021 da Base Aérea de Vandenberg, na California. Utilizando o foguete SpaceX Falcon 9, o objeto foi controlado de forma remota da Terra e, no total, 44 pessoas realizaram o monitoramento no momento do impacto. Durante a coletiva, a agência espacial norte-americana destacou que esses dados são apenas o início de todas as informações que esperam que sejam proporcionadas por toda essa missão. A ideia dos especialistas da NASA é que um sistema de proteção da Terra contra uma possível colisão de asteroides esteja desenvolvido em, no máximo, 30 anos. Atualmente, não foi detectado nenhum corpo celeste vindo em direção à Terra, mas com o conhecimento adquirido agora, o desenvolvimento de uma nova sonda espacial poderia ser concluído em, no máximo, dois anos. Este é um “um tempo muito curto para os ritmos da indústria espacial“, diz Ian Carnelli, chefe do projeto. A missão tem duas partes: após a colisão, os cientistas passarão a observar como o asteroide fará sua órbita em volta do Didymos, com o “impulso” da sonda espacial da NASA. Isso deve ajudar a criar um processo de proteção para a Terra e o que deve ser feito quando uma verdadeira ameaça existir. Além da NASA, a Agência Espacial Europeia (ESA) também está preparando a sua própria missão para chegar próximo à rocha. Para isso, usará a espaçonave HERA, com lançamento programado para 2024. Ao mesmo tempo, a China também está planejando uma missão de defesa planetária para daqui a 4 anos, em 2026. Veja também: NASA pretende aposentar a Estação Espacial Internacional, oferecendo espaço para operações comerciais do setor privado. Entenda. Fontes: NASA, The Guardian, CNN.

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