O evento foi organizado pela Perestroika, escola de atividades criativas, e pela Aerolito, empresa com o propósito de “acelerar futuros desejáveis”, conforme afirma o porta-voz Thiago Matos. O Showmetech estava presente e abaixo você confere os melhores momentos:

PALESTRAS:

Mariana Perroni – Médica Intensivista e Coordenadora Médica da área de Healthcare Transformation da IBM

A primeira palestrante do dia foi Mariana Perroni, médica intensivista e coordenadora médica da área de Healthcare Transformation da IBM, que tomou o palco para falar de inteligências cognitivas e seu uso para trazer inovações no campo da saúde. Criticando o modelo reativo de tratar doenças, ela comenta que as políticas atuais de saúde não deveriam ser chamadas de “healthcare”, mas sim, “sickcare”, pois deixam totalmente de lado o fator prevenção. Do outro lado, ela comenta uma nota positiva, diz respeito às quantidades de dados gerados nos últimos anos sobre saúde. Os últimos dois anos, por exemplo, já são responsáveis por 90% dos dados existentes sobre saúde no mundo. Isso gera uma imensa oportunidade para avaliar e compreender essas informações. Entretanto, de 1 terabyte de dados que um paciente com câncer pode oferecer por dia, só podemos analisar 0.5% dele. Assim, se mostra necessário adotar novas ferramentas para interpretar tantas informações de grande importância. É aí que entra a IBM e sua plataforma de computação cognitiva, o famoso Watson, que já bancou até de astrólogo. “A gente passou 50 anos ensinando humanos a entenderem computadores, agora estamos ensinando computadores a entender o cérebro humano”, comentou a Mariana. A empresa viu o potencial para atender agentes de saúde e criou o Watson Health, um braço da plataforma com APIs focada em soluções como oncologia genômica, políticas governamentais, life sciences, value-based care e imaging. Num dos experimentos, chamado de Watson for Oncology, a plataforma é alimentada com toda a literatura médica existente sobre oncologia e tratamentos para formas de câncer. De posse dessa informações, médicos e hospitais podem apresentar exames sobre pacientes para o Watson, em casos práticos, para a plataforma avalie e forneça uma segunda opinião. Um dos pontos-chave do Watson é sua capacidade de aprender, ou seja, ele está sempre se aprimorando com o uso. Portanto, quanto maior a adoção da ferramenta, melhor ela ficará. No Brasil, redes como a Fleury e o Hospital Mãe de Deus já fazem uso do Watson. Um dos pontos comentados é que o Watson está aprendendo a enxergar como um radiologista, para que ele consiga ajudar os hospitais a separar análises normais (saudáveis) de casos que precisam ser avaliados mais a fundo por médicos radiologistas. Com isso, essa profissionais poderão se dedicar apenas à avaliação dos casos em que são realmente necessários.  

Pedro Vilanova – coordenador da Operação Serenata de Amor

O segundo palestrante foi Pedro Vilanova, coordenador da Operação Serenata de Amor, uma inteligência artificial capaz de analisar cada pedido de reembolso dos deputados e identificar a probabilidade de ilegalidade. Ele começou falando da angústia de tentar ser feliz ao exercer a democracia. “Ninguém é feliz votando”, afirmou ao comentar a dificuldade em escolher representantes atualmente. Foi a partir deste incômodo, que ele resolveu tomar ação e criar soluções baseadas em análises de dados disponíveis sobre políticos brasileiros. O Brasil, pasmem, é 8º país mais transparente do mundo. Mas é como se não soubéssemos o que fazer com essa quantidade de dados, pois somos o 79º país com menos corrupção. Entendendo essa questão, a Operação Serenata de Amor foi criada para transformar transparência em informação útil para os eleitores. A lógica é simples: todo deputado do Brasil tem direito a gastar até R$ 44 mil por mês em atividades parlamentares, fora salário e outros benefícios. Os reembolsos são visíveis ao público e disponíveis pela internet. Mas, será que dá para usar da inteligência artificial para garimpar por essa imensa quantidade de dados e descobrir qual deputado anda gastando onde não deveria? Sim, e é exatamente isso que a Rosie, a inteligência artificial por trás do projeto, consegue fiscalizar. E, é importante frisar, sem qualquer ajuda do governo. As vantagens são claras. Esses sistemas conseguem realizar trabalhos que seriam impossíveis ou extremamente demorados se fossem realizados por equipes humanas. Aqui, algoritmos avaliam os reembolsos entregues por deputados e senadores e apresentam alertas sempre que encontram algo suspeito. Logo que a operação começou, o sistema detectou imediatamente situações irregulares, como um deputado que supostamente almoçou 13 vezes em 1 dia e outro que comeu em 3 cidades diferentes… em 15 minutos. Num dos casos, um deputado rteve R$ 6.205,00 reembolsados referente a uma única refeição. O sistema é tão eficiente, que já bateu recordes como o de 625 denúncias em uma única semana. A Rosie, como é carinhosamente chamada a robô da Operação Serenata de Amor,  tem até perfil no Twitter: @rosiedaserenata. Para quem quiser acompanhar, ela posta o que encontra nas análises e os deputados denunciados chegam a comentar, justificar, se desculpa ou reclamar. Segundo Pedro, algumas denúncias representam milhões de reais, mas importância igual é dada às milhares de denúncias que representam poucos reais. A vantagem dessas ações é trazer de volta a democracia para o controle do povo. É a tecnologia dando “voz política”. A Operação Serenata de Amor só existe graças ao apoio público, através da arrecadação de dinheiro no site Apoia.se. Ela, por enquanto, só acompanha os deputados, mas em breve estará fiscalizando os senadores, com planos também para atividade em prefeituras. Quer saber mais sobre a Rosie? Então confira o post: Conheça Rosie, a inteligência artificial que dedura políticos.  

Silvana Bahia – Diretora de Projetos no OLABI, e do Pretalab

Criadora do Pretalab, projeto que pretende trazer mulheres negras e indígenas para o ambiente de tecnologia, Silvana começou falando do OLAB, maker space, espaço dedicado a pessoas comuns que queriam desenvolver projetos com pitadas de tecnologia. A palavra de ordem dos trabalhos de Silvana é democratizar a cultura maker, colocando as pessoas no centro da tecnologia. Seus projetos se beneficiam de misturar pessoas com os mais diferentes backgrounds, como engenheiros químicos, entusiastas de tecnologias de realidade virtual, e inclusive mulheres que já trabalham com Internet das Coisas e impressões em 3D. Para se ter uma ideia da importância do projeto PretaLab, importantes dados foram levantados. Nos EUA apenas 4% das startups são gerenciadas por mulheres negras. No Brasil, os números gerais sobre a presença das mulheres em cursos de tecnologia limita-se a apenas 16%. Na Escola Politécnica da USP, em 120 anos, somente 10 negras se formaram.

Há uma urgência em tornar a tecnologia um lugar mais diversificado. O PretaLab age coletando histórias de mulheres negras e indígenas na tecnologia e torna as visíveis para que mais pessoas da comunidade sintam-se encorajadas a participar desse ambiente tão masculino e branco. A partir da coleta de dados, que qualquer uma pode oferecer, a organização passará a pressionar o Poder Público, debater com a população e gerar reflexões a fim de haver uma mudança na nossa sociedade. É importante salientar que o PretaLab não foca somente em setores especializados, como engenharia de software, mas em tudo que toque a tecnologia, como YouTubers e até formas de artesanato e marcenaria, que entram de certa forma no conceito “maker”. Você, mulher negra ou indígena da área de tecnologia, pode colaborar contando mais sobre você neste link.  

Diogo Tolezano – Co-Fundador da Pluvi.On

Prometendo falar sobre games, garrafas pet e receita de bolo, Diego comentou sobre a vida de quem nasceu na década de 80, dizendo que “a nossa vida é mais ou menos como um fliperama”, e que a nossa intenção é zerar o jogo. Pensando assim, dá para tratar a vida como se fosse um jogo. E esse jogo acontece em um cenário onde 700 milhões de pessoas no mundo não tem acesso à água potável, 1 bilhão de pessoas não tem acesso à energia elétrica, e outros 700 milhões vivem com menos de dois dólares por dia. O palestrante cita outros números para dizer que esse jogo não é tão justo. Para  deixar esse tabuleiro mais justo, Diogo cita as missões da ONU e da Singularity University, com foco em criar políticas públicas e soluções inovadoras para resolver problemas da humanidade. Com essas missões na cabeça, a Pluvi.On foi criada, uma startup focada em criar estações pluviométricas de baixíssimo custo, baseadas em internet das coisas, inteligência artificial e chatbots. Mas como funciona? A estação fica dentro de uma caixa de acrílico transparente, em que gotas de chuva caem numa espécie de gangorra. A cada balanço da gangorra, o sensor magnético detecta a passagem do imã e envia os dados para a base na nuvem. Com esses dados, a equipe da Pluvi.On consegue saber a frequência de chuva naquele local e o volume também. É possível ter mais precisão sobre a previsão do tempo. Entretanto, o objetivo maior é poder alertar prefeituras e população sobre quando uma possível chuva forte esteja a caminho. É uma ferramenta com foco em minimizar os desastres causados por enchentes. Quem quiser saber como está a monitoração, pode acompanhar o chatbot @PluvionBot, carinhosamente apelidado de São Pedro. Ele está disponível para o Messenger e Telegram e indica as estatísticas recentes da estação mais próxima. A intenção é espalhar estações por todo o país. Diogo Tolezano finalizou convidando a plateia a escolher sua própria missão, definir suas ferramentas, juntar uma equipe, e se jogar para fazer da ideia um sucesso. Let’s play!  

Bibop Gresta – Chairman da Hyperloop TT

O palestrante desse momento foi um italiano que já foi diretor de tecnologia de uma startup do Vale do Silício… com apenas 16 anos. “Os transportes como você conhece estão quebrados”, afirmou Bibop Gresta, explicando o que é a tecnologia “Hyperloop”, idealizada por Elon Musk em 2013. Para quem não conhece, estamos falando de um sistema de transporte de baixa pressão e zero resistência, onde passageiros são transportados por cápsulas em tubos a vácuo, a altíssimas velocidades. A proposta é reduzir gastos energéticos e acelerar a velocidade do transporte entre cidades, fazendo com que viagens de 2 horas possam ser concluídas em apenas 12 minutos. Além de mais eficiente, o Hyperloop pode ser uma forma de transporte mais barata do que trens de alta velocidade tradicionais. Para saber mais sobre essa tecnologia, confira nossas publicações sobre Hyperloops pelo mundo. Parece estranho, mas esse tipo de tecnologia já havia sido testada em 1861, 1864 e 1869. O metrô de New York começou como um teste de um “Hyperloop precário”, que foi abortado após a construção de um quilômetro de via, mas seguiu com os trens tradicionais. Em 2013, Elon Musk (nome presente no PayPal, Tesla e SpaceX) retomou a ideia e a transformou num projeto open-source, onde qualquer interessado poderia tentar levar a tecnologia adiante. Bibop e seu sócio leram o “whitepaper” de Elon e decidiram fundar uma empresa baseada em crowdsource. Hoje, a Hyperloop Transportation Technologies tem 90 colaboradores trabalhando em 32 países. Dando o conselho de como você pode fazer o mesmo, ele recomenda procurar por talentos ao seu redor e gente interessada em contribuir com o que tem de melhor. Quem quiser contribuir com o projeto de Bibop e resolver problemas reais dessa nova tecnologia, pode também participar através da Hyperloop Academy. Segundo ele, a maior dificuldade da tecnologia é resolver a questão da levitação, que atualmente tem um alto custo energético em razão do uso de supercondutores magnéticos (também chamado de levitação magnética passiva). Bibop aproveitou o momento para anunciar que a empresa já está produzindo a primeira cápsula de passageiros em tamanho real do mundo. Ainda, dentro dos próximos meses, será anunciado onde a cápsula será testada. Mas então ele veio ao Brasil só dar essa palestra? Não. O italiano se reúne com o Ministro dos Transportes, Maurício Quintela Lessa no dia 08 de agosto. O objetivo é criar uma rede brasileira formada por instituições, universidades e empresas interessadas em investir em Hyperloop no Brasil. A rede estará inclusa no Hyperloop Academy. Além disso, ele anunciou no evento que o primeiro Hyperloop já está aprovado e será instalado na Coreia do Sul. Em Abu Dhabi também já há um projeto em fase de aprovação. Diferente da infraestrutura de estradas tradicionais, os projetos de Hyperloop oferecem energia elétrica, água e até internet para os donos de terras onde as pistas são construídas. E não trazem problemas tradicionais das estradas, como poluição, ruídos e dificuldade de acesso para animais.  

Jacques Barcia – Futurin.Today

Tomando o palco, Jacques se apresenta como um contador de histórias que ajuda pessoas a promoverem transformações. O palestrante lidera a Futuring.Today, consultoria que mistura previsão, ficção científica e design na investigação e exploração do futuro. O trabalho da startup é coletar dados sobre a empresa contratante e tentar mostrar novas vias de exploração para a próxima década, mas de um modo dinâmico. Os trabalhos e as palestras de Jacques são internacionalmente reconhecidos por trazerem uma abordagem original e misturarem escrita criativa, storytelling, futurismo e ficção científica.  

David Harris – Research Director do Institute for the Future

Se auto intitulando um sociólogo reflexivo, David acredita que pesquisas não surgem da objetividade. O pesquisador já passou pelo Vale do Silício, trabalhou na Casa Branca e fez até um mestrado na USP. Hoje ele coordena o Institute for the Future, uma organização que se dedica a identificar e desenvolver pesquisas com o foco especial em organizações com ações e iniciativas sociais. Ele contribui regularmente para iniciativas como Governance Futures Lab, Ten-year Forecast, Technology Horizons, Health and Food Futures Programs. Suas pesquisas focam em pobreza, desigualdade, desenvolvimento, geopolíticas, economia política, movimentos sociais e tecnologia de novas mídias. Uma das iniciativas, por exemplo, foi a criação do aplicativo APP4GOV, que facilita o acesso do eleitor ao seu vereador, para que cada eleitor possa opinar sobre políticas públicas. Leapfrog democracy: David começou por explicar o que são sistemas legados (sistemas antigos e desatualizados) nos mais diversos setores. Para ele, democracias pequenas podem se aproveitar de novas tecnologias resolverem esses atrasos e se tornarem mais sólidas e eficientes. Leapfrogging tecnológico: aqui, ele lembra que pequenas startups, se aproveitando de pulos tecnológicos, conseguem crescer e inovar mais do que grandes corporações. David quer levar esse aprendizado de “pular etapas e evoluir mais rápido” para a área da democracia. Ele cita exemplos interessantes no mundo que merecem atenção, como o caso da Estônia, primeiro país a realizar uma eleição pela internet; do Equador e Nova Zelândia, que estão dando direitos para entes naturais, como rios e reservas; ou o caso da Argentina, que está usando o block chain para criar um sistema de votações chamado Democracy Earth; New York, que usa um sistema chamado Orçamento Participativo pensado pela primeira vez em Porto Alegre (1989); também em 1980 foi pensado o Bolsa Escola, proposta similar ao que hoje conhecemos como “Universal Income”. Ele encerra a todos convidando a serem as inovações que moldarão o futuro da democracia. Você está pronto?  

Paola Santana – Co-Fundadora da Matternet

Pensando em ajudar mais de um bilhão de pessoas no mundo que não conseguem transitar bens e serviços por falta de estrutura, Paola avalia soluções tecnologias que representem uma forma de leapfrog (alavancar, em tradução livre) pessoas e países para se estrutura de ter acesso. Como exemplo, ela apresenta um sistema de drones da República Dominicana usado para transportar remédios para localidades onde as estradas são precárias. “Esta é a mágica de uma boa tecnologia”, comentando que é capaz de transportar até 2 quilos por 20 quilômetros. O sistema não interessa apenas a países em desenvolvimento. Empresas como os correios suíços e até a Mercedes Benz já atuam em projetos conjuntos com a Matternet. Para saber mais, pesquise sobre Vision Van o veja o vídeo abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=ve63xdzc3hg O próximo campo que a Matternet quer atual é o governamental. Nessa esteira, ela apresenta o projeto Social Glass, comentado durante o evento.

 Edgard Morya – Diretor do Instituto Internacional de Neurociência

Apesar do nome não muito brasileiro, Dr. Edgard Morya atua no Instituto Santos Dumond, que fica em Macaíba – RN. Ele aproveitou a Friends of Tomorrow para explicar técnicas realizada por sua equipe chamadas de brain-to-brain interfaces. Elas consistem em implantes neurológicos em neurônios individuais do cérebro, que fazem com que estes compartilhem informações e tenham suas funções mais facilmente estudadas. The Matrix, much? Com os implantes, é possível até registrar a atividade de um cérebro e implantá-la em outro. Noutras palavras, o que uma das cobaias está pensando poderá ser enviado como uma mensagem para outra, como uma espécie de aprendizado instantâneo e online. Num dos experimentos, a equipe no Brasil conseguiu registrar as atividades cerebrais de um rato que precisava realizar uma tarefa para receber alimento. Em seguida, essa informação foi enviada pela internet a um centro de pesquisas nos Estados Unidos, onde foi reinserida em outro rato que não conhecia a tarefa. Depois de receber a informação, o rato americano aprendeu a informação do rato brasileiro e conseguiu capturar o alimento. Outro experimento interessante tenta usar a realidade virtual para ajudar paraplégicos a recuperar movimentos. Os estudos vão ainda além, integrando máquinas de gravidade zero, sensores pelo corpo que provocam modulações e óculos de realidade virtual. Com esses estímulos físicos e visuais, os pacientes do instituto estão apresentando melhoras antes consideradas impossíveis no ramo. Com isso, ele lembra que, com persistência e teimosia, “é possível mudar o Brasil”.  

O maior evento independente de Futurismo do Brasil

O Friends of Tomorrow Conference foi realizado sob essa responsabilidade de ser “o maior evento independente de Futurismo do Brasil”. Nele, estavam presentes propostas de áreas diferentes, mas que unem-se para formar um futuro melhor. O mais interessante é que não temos meros conceitos que só vemos em imagens montadas. Tudo o que foi apresentado é real e já está sendo posta em prática hoje mesmo. A mistura de palestrantes foi outro destaque, desde o David Harris falando de tecnologia na democracia, até Silvana Bahia comentando a importância das mulheres negras e indígenas na tecnologia. Com tantos projetos inovadores, podemos ter certeza que na próxima década eles soarão bem mais cotidianos. Aliás, que todos estejam muito bem empregados no Brasil, afinal, é o sentido dessa conferência não é? O Brasil do futuro poderá assim ser uma realidade melhor.

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