Lá nos EUA, primeiro país a adotar a telemedicina de forma ampla, a empresa Tyto lançou o TytoHome, um serviço de consulta à distância que inclui um gadget de videoconferência  com acessórios que contam com sensores. Por meio do dispositivo e um aplicativo, esses sensores enviam dados em tempo real para o médico. Quer saber mais sobre como tudo isso acontece no aparelho? Confira abaixo como ele funciona:

TytoHome: Gadget de telemedicina

O gadget funciona como um módulo central, que é equipado com um termômetro e uma câmera de alta resolução. Esse módulo funciona acoplado a três acessórios:

Depressor de língua: Permite que o médico cheque se há inflamação ou infecção na garganta;Estetoscópio: Detecta ruídos que podem indicar pneumonia (checa coração e os pulmões);Otoscópio (com LED interno): Para examinar o ouvido.

No geral, é possível realizar consultas para checar o coração, a garganta, o ouvido, os pulmões e até a pele. Na prática, esses são basicamente os exames realizados num consultório. O aplicativo serve para falar com o médico durante a consulta e checar os resultados dos exames. Todos os dados e imagens captados pelo gadget e seus acessórios são enviados em tempo real para o médico, que vai orientando o paciente sobre como manusear os acessórios e conduzir a consulta. Atualmente, cinco clínicas fecharam acordos com a Tyto para o serviço TytoHome de telemedicina. Os médicos que trabalham para essas clínicas ficam disponíveis 24 horas por dia e cada consulta custa US$50 (na cotação atual, no Brasil custaria R$268,50). O gadget custa US$300 (R$1.611, levando em conta apenas o valor atual do dólar) e não tem previsão para chegar ao Brasil. Só que apesar de ainda não ter sido adotada em larga escala igual nos EUA, a telemedicina tem progredido no Brasil.

Contexto da telemedicina no Brasil

Aqui no nosso país, a jornada da telemedicina começa em 2002, quando o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou a primeira resolução sobre essa modalidade. A resolução era limitada e previa apenas a emissão de laudos ou a troca de informações entre médicos. A realização de consultas médicas pela internet só foi liberada pelo CFM em março de 2020, 18 anos após a publicação da primeira resolução relacionada a telemedicina.  Essa liberação foi motivada pela pandemia do novo coronavírus. A ideia é buscar evitar o máximo possível que as pessoas precisem ir a hospitais ou consultórios médicos, lugares em que os pacientes ficam mais suscetíveis a terem contato com o vírus. Apesar disso, as novas regras determinadas pelo CFM só permitem que o médico atenda via telemedicina dentro de sua área de registro. Isto é, o Estado em que o profissional da saúde está cadastrado. Agora em relação aos convênios, em abril deste ano a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou uma norma determinando que os planos de saúde cobrissem as consultas realizadas pela internet, sem limite de quantidade e incluindo todas as especialidades médicas. Só que essa liberação da telemedicina realizada pelo CFM é considerada uma medida de emergência. Ou seja, ela vai permitir o atendimento a distância apenas enquanto durar esse estado de calamidade pública no qual o Brasil está mergulhado por conta da COVID-19. É um regime de exceção. A expectativa é que após a pandemia (sim, ela vai passar) uma nova regulamentação seja lançada com base nos erros e acertos observados durante esse regime de exceção. Isto é, há chances de a pandemia acabar acelerando a adoção da telemedicina no Brasil fora desse regime de exceção atual. Isso já é uma realidade para psicólogos, por exemplo. Esses profissionais não são médicos nem possuem permissão para emitir receitas, mas têm autorização para atender seus pacientes via internet desde 2018, ano em que o Conselho Federal de Psicologia regulamentou essa prática. Outra situação que já acontece no Brasil são as tele-UTIs. Um dos serviços disso é coordenado pelos hospitais de um programa bancado pelo Ministério da Saúde, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). Esse serviço possui hospitais considerados referência, como o Sírio Libanês, Albert Einstein e Oswaldo Cruz. Por meio desse serviço, os hospitais orientam várias UTIs pelo país. No estado de São Paulo especificamente, o Hospital do Coração (HCor) trabalha com tele-UTIs também. Ao todo, 19 hospitais do interior e do litoral do estado são orientados pelos médicos do HCor sobre os cuidados e procedimentos da UTI para atender pacientes com COVID-19. Voltando para o contexto doméstico, pouco a pouco a medicina sai dos consultórios e entra nas casas (e nos aparelhos) das pessoas. Agora nos resta acompanhar quanto tempo vai levar para que a telemedicina seja adotada sem que o país precise estar em estado de calamidade pública. E você, o que acha sobre a telemedicina? Confiável, viável, seguro? Conte para nós aqui nos comentários! Fontes: CNET, Portal do CFM, Ministério da Saúde, TytoCare e Wired

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