Revelada durante o Fórum Understanding Risk, organizado pelo Banco Mundial, em Florianópolis (SC), a nova tecnologia, que já está disponível em outros países, como Índia e Bangladesh, agora estará disponível também na Colômbia, Sri Lanka e também em 15 países africanos, incluindo Chade, Nigéria, República do Congo e África do Sul.
Como funciona o novo sistema de previsão de enchentes do Google
O sistema criado pelo Google utiliza da combinação de diversas métricas, como níveis de água dos rios, indicadores meteorológicos e imagens de satélite, além de utilizar do poder computacional e da experiência em aprendizado de máquina para desenvolver sistemas automatizados de previsão e alerta de inundações em escala global. No Brasil, o sistema será implementado em duas etapas, em parceria com a SGB-CPRM, órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME). A primeira funcionará na emissão de alertas de inundações ribeirinhas em tempo real para mais de 60 localidades em todo o Brasil – mostrando onde as inundações estão ocorrendo em tempo real. A segunda etapa se dá no uso para previsões de inundações geradas pelo time de hidrologia do SGB-CPRM e pelos sistemas do Google em áreas selecionadas do Brasil. Tendo um papel fundamental no novo sistema do Google, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) opera, atualmente, Sistemas de Alerta Hidrológico em 17 bacias hidrográficas ao longo do território brasileiro, com monitoramento automático de chuvas e níveis de rios, mapas de riscos hidrológicos, e envio de boletins de monitoramento e alerta com previsões de inundação. As informações deste monitoramento são enviadas periodicamente aos órgãos de defesa civil, agentes públicos estaduais e municipais, alémda população de modo geral.
Chuvas no Brasil
Reconhecido como um seviço essencial à sociedade, os Sistemas de Alerta do SGB-CPRM agora se unem às tecnologias do Google em um momento propício. Isto porque, nos últimos anos, o Brasil tem visto uma crescente nos números de desastres naturais. No início deste ano, por exemplo, enchentes atingiram o estado da Bahia, deixando mais de 30 mil pessoas desabrigadas e 70 mil desalojadas. O número total de atingidos passou dos 800 mil. Ainda no mesmo período do ano, o estado de Minas Gerais também sofreu com as fortes chuvas. Na época, a Defesa Civil do estado divulgou que mais de 400 municípios estavam em situação de emergência, enquanto acumulava mais de 20 mortes, 8133 desabrigados e 48.930 desalojados em decorrência do período chuvoso. Segundo relatório das Nações Unidas, o Brasil é um dos países com população mais exposta a riscos de inundações ribeirinhas no mundo. Entre 2000 e 2019, mais de 70 milhões de pessoas foram afetadas por enchentes no país. Neste sentido, soluções como o sistema de previsão de enchentes pode ajudar governos locais, entidades e a população a se prevenir contradesastres naturais. A solução já se provou funcional e de grande ajuda em diversos países. Na Índia e em Bangladesh, por exemplo, o Google enviou 115 milhões de notificações e alertas de inundações para 23 milhões de pessoas durante o ano passado. Veja também: Innovators Hive: Google fala sobre diversidade e inclusão em evento para desenvolvedores. Fonte: Google.