As informações sobre essa aposta vêm diretamente de especialistas para um relatório da Reuters, e eles também afirmam que isso deve afetar diretamente o “quase” monopólio da Google Play Store. De acordo com Katie Williams, analista da multinacional especialista no mercado de apps Sensor Tower, a Play Store rendeu US$8,8 bilhões (cerca de R$37,5 bilhões) ao redor do mundo somente no ano de 2019. Além de aplicativos, a loja da Google também possui catálogos de livros e filmes, e fica com 30% de comissão por cada venda.
Google x China
Como os serviços da Google são banidos na China, os donos de aparelhos com sistema operacional Android já se acostumaram a baixar aplicativos por meios paralelos – muitos inclusive das próprias Huawei e Oppo. Em contraste ao que a Play Store rendeu, o quarteto cuidou de 40% do comércio mundial de smartphones no último trimestre de 2019. A fortíssima Huawei só fica atrás da Samsung nessa corrida, enquanto as outras três possuem acesso total aos serviços da Google em mercados internacionais. Outro passo dado pela Huawei é o desenvolvimento de um sistema operacional próprietário, chamado Harmony OS, lançado no ano passado. O GDSA também pode atrair outros desenvolvedores de aplicativos simplesmente prometendo mais exposição do que na Play Store, bem como incentivos monetários. “Simplificando a forma que os desenvolvedores podem aumentar o alcance em várias lojas de aplicativos“, o quarteto tem potencial de “atrair mais desenvolvedores e, consequentemente, mais aplicativos“, disse Katie Williams.
O Quarteto Fantástico
Aos que não conhecem as quatro, vale um breve resumo. A Xiaomi chegou ao Brasil no ano passado e logo se tornou líder no interesse nacional por smartphones, emplacando um aparelho no top 10 de vendas. A Huawei, que já está na ativa há mais de 30 anos, recentemente lançou um aparelho sem Play Store e também chegou a ter problemas por aqui com a pressão sobre a chegada do 5G. Oppo e Vivo, dentre as quatro são as menos conhecidas pelos brasileiros – mas não menos importantes. Ambas pertencem à multinacional BBK Electronics e ainda não chegaram oficialmente por aqui. Um destaque produtos das empresas: enquanto a Vivo possui o V17 como aparelho de destaque com 91% de proporção frontal corpo x tela, o forte da Oppo é o A9, ambos com câmera traseira de 48 MP. Para você ter uma noção, enquanto o V17 importado da Índia é vendido por cerca de R$ 2,2 mil o A9 sai por R$ 1,8 mil – uma média que cai bem ao bolso do consumidor no Brasil. Ao que tudo indica, as empresas não se uniram “por simples coincidência”, mas foram escolhidas a dedo: a ideia é pegar emprestado o domínio de um território por benefício próprio, já que elas deixarão de estar em concorrência direta. “Ao formar a aliança, cada empresa deverá aproveitar as vantagens de outras em diferentes regiões, já que há uma forte base de usuários da Xiaomi na Índia, Vivo e Oppo no sudeste da Ásia e Huawei na Europa“, como afirma Nicole Peng, vice-presidente de mobilidade da Canalys, uma multinacional que realiza pesquisas na área de smartphones. O foco da plataforma é facilitar a venda de apps e também jogos, filmes e músicas, por exemplo, ao mercado estrangeiro. O plano era lançá-la em março, porém, nada foi oficializado após o surto de coronavírus que até resultou em queda nas ações de empresas chinesas. Segundo um protótipo do site, o GDSA irá cobrir inicialmente nove regiões, incluindo Índia, Indonésia e Rússia, para depois se expandir a outros territórios. Por enquanto, não há comunicação oficial de nenhuma das quatro a respeito do informe (e muito menos da Google). Fontes: Reuters, thurrott.