Cabe então aqui enfatizar e parabenizar o quanto, mais do que nunca, os cientistas contribuíram de maneira ímpar para a humanidade em seus estudos realizados em tempo recorde sobre o Sars-Cov-2, que só foram possíveis graças a troca de dados e informações entre toda a comunidade científica internacional, provando o quanto a força do conhecimento é capaz de transpassar fronteiras políticas e ideológicas. Estudos estes que resultaram no melhor entendimento da doença, como tratá-la e, mais recentemente, em sua vacina. Abaixo a lista das inovações que ajudaram na pandemia da COVID-19.
Equipamentos de proteção individual
Se for para escolher o protagonista da pandemia, a máscara é o artigo número 1, ao lado do álcool em gel. Ela se tornou item corriqueiro em nosso vestuário e totalmente essencial para proteção contra o coronavírus. Logo no início da pandemia, com a superlotação de hospitais, os médicos, enfermeiros e profissionais de saúde que estavam na chamada “linha de frente” viram-se imediatamente esgotados deste equipamento de proteção, e sem qualquer fornecedor que fabricasse a tempo para suprir a alta demanda. Com a criatividade humana, soubemos improvisar emergencialmente máscaras feitas de tecidos de panos caseiros. O mesmo ocorreu quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) orientou que todos que precisassem sair de casa utilizassem o artigo. Imediatamente costuramos máscaras reaproveitando roupas, cortinas, entre outros artigos domésticos. Mas uma das primeiras inovações tecnológicas que ajudaram na pandemia foi a utilização da impressão 3D para fabricar escudos faciais, que se tornaram escassos no mercado e foram fundamentais para a proteção dos profissionais de saúde trabalhando na linha de frente no combate ao coronavírus.
Ventilador pulmonar mecânico
Para pacientes que desenvolvem sintomas mais graves da COVID-19, há comprometimento pulmonar e respiratório em diferentes graus, ou seja, mais ou menos graves. Dependendo como o pulmão do paciente é afetado, se faz necessária a utilização de um aparelho denominado “ventilador mecânico” que irá substituir parcialmente e às vezes até totalmente as funções pulmonares do indivíduo, auxiliando para que ele respire, mantendo seus níveis de oxigenação até que o pulmão se recupere plenamente. Mas da mesma forma que houve pico na demanda de máscara, no auge das internações não havia aparelhos disponíveis para todos os pacientes. A solução foi utilizar materiais recicláveis e até mesmo impressoras 3D para fabricar os componentes do aparelho.
Reorganização dos espaços de trabalho e estudo
Outro ponto que virou rotina ao longo da pandemia da COVID-19 foi o distanciamento social. Se no momento de pico de contágio a população deve se recolher em confinamento total, o denominado lockdown, o retorno do convívio social é feito mantendo-se a distância de 2 metros entre um indivíduo e outro. Assim, espaços como escolas e escritórios precisam ter sua arquitetura repensadas para a rotina dentro deste “novo normal”. A hora do recreio, por exemplo, espaço de convívio essencial para as crianças, ganhou baias nas mesas do refeitório para prevenir a contaminação em escolas da China. Nas empresas a solução das baias já é conhecida, mas enquanto muitas companhias empregaram totalmente o home office na rotina dos funcionários, ao ponto de algumas dispensarem o escritório físico, outras não dispensam reunir seus colaboradores, pensando em soluções tecnológicas como sensores que indicam a qualidade do ar, a temperatura dos funcionários e o volume de ocupação.
Auxílio não-humano
Quando citamos o termo “auxílio não-humano”, automaticamente se projeta em nossa mente alguma inovação tecnológica no campo da robótica. De fato, ao longo da pandemia da COVID-19 várias soluções neste sentido foram propostas, como um braço mecânico para auxiliar na aplicação do exame de PCR. Houve também o uso de robôs para fazer o patrulhamento de espaços públicos quanto ao isolamento social, como a utilização do Spot da Boston Dynamics em Cingapura. Mas além dos robôs, a ajuda animal também foi uma das inovações que ajudaram na pandemia. Para os passageiros que chegarem no aeroporto de Helsinki, na Finlândia, serão recepcionados por diversos cães farejadores. Mas ao contrário dos tradicionais caninos que acompanham policiais em operações à procura de drogas ou explosivos em bagagens, estes cachorros são treinados para reconhecer pessoas com sintomas do coronavírus. Cachorros capazes que farejar pessoas os chamados assintomáticos também estão sendo treinados pelo exército alemão.
Análise e visualização de dados
Gráficos e dados estatísticos passaram a ser rotina nos telejornais, portais de notícias e demais canais informativos que apresentassem novidades sobre a evolução do coronavírus em sua cidade, no Brasil e no mundo. Para esclarecer a população de maneira didática sobre as notícias de saúde pública, os repórteres precisaram do apoio visual para termos como “achatar a curva de crescimento epidemiológica”. Inovar na maneira de reunir, filtrar e, principalmente, ilustrar tanta informação foi muito importante, tanto do ponto de vista do Big Data, quanto da Comunicação Social, complementando o trabalho de utilidade pública evitando a disseminação das chamadas fake news (falsas informações) ao longo da pandemia da COVID-19.
Logística na distribuição da vacina
Certamente a maior e mais esperada das inovações que ajudaram na pandemia da COVID-19 é a vacina. Além da eficiência na prevenção, o processo de fabricação e distribuição também precisa ser facilitado e otimizado. Os lotes de vacina precisam chegar o mais rápido possível aos pacientes e serem mantidas nas temperaturas de armazenamento corretas. A vacina da Pfizer, por exemplo, precisa ser mantida a -80ºC. Já a russa Sputnik, a Oxford/AstraZeneca e a Coronavac do Butantan precisam ficar de 2ºC a 8ºC. Para auxiliar nesta logística, a UNICEF criou um mapeamento de refrigeração para que países em desenvolvimento saibam onde poderão armazenar as doses. Fontes: Jornal da USP, CasaCor, Valor Econômico, CIO, Brains Navi, Fast Company e DW.