A versão em questão aqui é uma das mais potentes da linha gamer de PCs pré-montados a partir dos kits NUC da Intel. Ele contém um dos melhores processadores do mercado e placa de vídeo dedicada com 12 GB. Dito isso, vale ressaltar que nessa mesma linha a Simply NUC também tem versões mais básicas que não tem sequer placa de vídeo dedicada — o que indica preço mais barato e produto menos potente. O NUC, em si, é um kit criado pela Intel que já contém processador e placa mãe integrada para otimizar espaço e criar PCs super compactos com desempenho de desktops tradicionais.

Design e construção

O Intel NUC 11 Extreme Beast Canyon já começa com uma incrível primeira impressão: a sua aparência. O gabinete escolhido para abrigar o mini PC Gamer é um modificado pela própria Simply NUC, que tem o comprimento de um mid-tower tradicional – tamanho mais comum entre gabinetes.Porém, o grande diferencial está na altura e largura. Com apenas 19 centímetros de altura e 11 de largura, o PC é super discreto e cabe em qualquer cômodo da casa. O chassi conta além de tudo com o topo e as laterais vazadas para permitir melhor circulação de ar, necessário em um gabinete tão pequeno com equipamentos tão potentes. No topo, além da grade vazada, o PC conta com 3 fans posicionados para exaustão de ar. Por ser um Kit NUC que monta o PC, alguns componentes, como o processador, não podem ser trocados, nem a placa-mãe. Mesmo assim, é bem simples de abrir o chassi, principalmente para manutenções simples, como retirar o topo para limpar os fans.  Para mexer no hardware, que vamos falar daqui a pouco, você vai apenas precisar de uma chave de fenda philips. Apesar de ser prático de abrir o PC, a ideia da versão é justamente que ele não seja muito alterado pelo consumidor, que é todo o conceito do NUC, uma placa mãe integrada com o processador.  Assim, o grande destaque da montagem do Intel NUC 11 Extreme Beast Canyon é sua aparência. A proposta do modelo é ser um substituto para consoles, que também tem como bônus a capacidade de realizar funções como renderizar modelos 3D, edição de vídeo e qualquer atividade que exija o uso de múltiplos núcelos de processador. Por isso, com um painel frontal com uma caveira iluminada por LEDs e mais LEDs na base do PC, o Beast Canyon é perfeito para ser colocado em basicamente qualquer lugar, seja no setup de um escritório, quarto ou até na sala de estar para servir como hub de games e mídias da casa.

Hardware

É claro que um PC gamer que tem o nome de Beast teria que possuir hardware potente e de qualidade máxima. Aqui o caso é justamente esse: o Intel NUC 11 Extreme Beast Canyon tem tudo e mais um pouco do que qualquer gamer casual e até entusiasta poderia querer ter. Vamos começar com o NUC em si. O que é um NUC afinal? É um kit que contempla a união de uma placa-mãe, proprietária da Intel, com um processador da empresa. O nome do kit utilizado no Beast Canyon é NUC11BTMi9. Esse kit conta com o processador Intel Core I9 11900KB. Para os mais entusiastas de PCs, essa nomenclatura pode parecer errada à primeira vista, mas está correta. A linha KB da Intel engloba justamente os processadores feitos para NUCs.  Esse tipo de processador da Intel é uma espécie de híbrido entre a linha comum de desktop e a linha de notebooks da empresa. Ele possui até um chipset único e já vem soldado na placa-mãe — assim como os de notebook. Porém, o desempenho — que falaremos em breve — se assemelha mais aos processadores de desktop. O Intel Core I9 11900KB é super potente, tendo 8 núcleos e 16 threads, com uma velocidade base de 3.30 GHz, podendo chegar até 4.90 GHz com overclock. Falando mais sobre a placa mãe e a conectividade que ela propõe, vale ressaltar que, por ter a proposta de ser ‘mini’, o NUC suporta apenas memória RAM SO-DIMM, atingindo, com overclock (XMP), o máximo de 3200 MHz de velocidade. Tendo um tamanho similar a uma placa-mãe mini ITX, o Intel NUC 11 Extreme Beast Canyon ainda tem conectividade de sobra. O PC tem Wi-Fi 6, Bluetooth 5.2, ambos com antenas internas e, no quesito de LAN, possui entrada para 2.5 GB. De conectividade física, o PC tem:

8 entradas USB 3.2 tipo-A2 entradas Thunderbolt 4 tipo-C para saída de vídeo (sem GPU)

A versão avaliada tem 16 GB de RAM e 512 GB de armazenamento em SSD NVME conectado no slot M.2 direto na placa-mãe. Além desse slot, o NUC possui um slot M.2 extra de fácil acesso na base do gabinete, sendo bem tranquilo expandir o armazenamento do PC a qualquer momento.  Quanto ao que vai fazer a mágica no quesito games, o Beast Canyon pode ser customizado, mas sua versão básica não tem placa de vídeo além dos gráficos do processador — que não são lá grande coisa para jogos. Mas assim como quase todas as peças, você pode customizar na hora compra com uma placa de vídeo. A do modelo que recebemos é uma RTX 3060 da ASUS. A grande vantagem aqui, além dos 12 GB da GPU, é que é a versão de desktop da placa, apesar de a maioria das peças do NUC serem de notebook. Vale ressaltar que, caso você queira comprar um Beast Canyon sem placa de vídeo e esperar o preço delas baixarem, é possível colocar uma placa de vídeo com muita facilidade a qualquer momento. Para fechar, a fonte que alimenta toda essa máquina é uma de 650W, com certificação 80+ Gold. Nessa voltagem, ainda existe espaço para um possível upgrade para uma RTX 3070 – no máximo. 

Desempenho em games

É claro que todos esses nomes e hardware de peso não valem nada se ele não rodar os jogos que você quer jogar. As peças que montam o Intel NUC 11 Extreme Beast Canyon são, teoricamente, o necessário para rodar qualquer jogo Full HD com qualidade máxima pelos próximos anos, atingindo sempre os mágicos 60 FPS.  Pra provar isso, claro, testei o NUC com os lançamentos recentes que mais demandam de um PC Gamer: Call of Duty Vanguard, Battlefield 2042 e Forza Horizon 5.  A maioria dos testes foi focado em exigir o máximo da RTX 3060 na qualidade máxima dos jogos, com renderização à 1080p, Full HD, que é a qualidade direcionada dos modelos 3060. 

Forza Horizon 5

Para começar a toda velocidade, já vamos falar do desempenho no mais recente lançamento e um dos principais títulos de 2021: Forza Horizon 5. Quem conhece a franquia sabe que os jogos são extremamente bonitos e demandam muito graficamente.Por isso, o jogo serve como um dos principais testes para entender se uma máquina é forte para a nova geração de jogos. Por isso, sem poupar nada, testamos o jogo com todas as configurações no máximo, em 1080p. O resultado foi o esperado, média de 62 FPS, sem nenhum travamento ou perda de frames. O resultado com o Horizon 5 é relevante por ser um título que demanda muito e serve para resumir o potencial do NUC, uma máquina potente para lidar com tranquilidade todos os títulos pelos próximos anos no máximo, em Full HD.

Call of Duty: Vanguard

Outro lançamento recente é o Call of Duty: Vanguard e pude jogar mais de 20 horas do game no NUC para fazer o review do game. É claro que também tive a oportunidade de analisar o desempenho da máquina rodando o jogo.  O game, como esperado, rodou tranquilamente em Full HD com tudo de qualidade no máximo, incluindo o Ray Tracing. Com essas configurações, a média ficou em torno de 80 FPS sem nenhum travamento ou grandes quedas, mantendo os 99% dos frames até 67 FPS.  Por ser um jogo com foco no multiplayer, é esperado que você foque em alcançar o máximo de FPS para maior competitividade. Porém, sair da resolução 1080 é um grande impeditivo para essa placa de vídeo. Indo para 1440p ainda é possível atingir os 60 FPS mágicos. Vanguard ainda possui suporte para DLSS, que eu fiz uso durante a campanha, principalmente. De modo a atingir a qualidade 1440p com os mesmos 80 FPS, bastou colocar o DLSS em performance. A tecnologia de upscaling da NVIDIA é muito bem otimizada no título e, para a placa de vídeo utilizada, é essencial para atingir resoluções maiores com performance aceitável. Já nos modos competitivos é melhor baixar a qualidade das texturas para o médio em 1080 e aproveitar a média de 100+ FPS. O jogo é muito bonito graficamente mesmo com qualidades inferiores e você não vai sentir falta das texturas no máximo se estiver com mais desempenho, né?

Battlefield 2042

Mais um jogo lançado agora é o Battlefield 2042, que também é um jogo extremamente denso com eventos de catástrofe natural, 128 pessoas no mesmo mapa gigante, tudo que o torna mais pesado.  No BF ainda é possível manter todas as configurações no máximo do Full HD, atingindo tranquilamente os 60 frames por segundo. O problema é ativar o Ray Tracing, que deixa o jogo quase injogável, com muitos frames congelados. O jogo ainda é muito mal otimizado e por conta da demanda dos mapas e efeitos especiais, é melhor fazer uso também do DLSS para atingir 1440p. A mesma regra de jogo competitivo que citei no Call of Duty se aplica aqui: nesse tipo de jogo, quanto mais FPS você atingir, melhor será sua experiência. Diferente dos outros jogos testados, Battlefield é um que não vale a pena baixar a qualidade buscando mais desempenho. Diminuir a qualidade das texturas para o mínimo não me rendeu mais de 10 FPS de média, o que é bastante preocupante — muito por conta do jogo e não do sistema testado. Ainda sobre o DLSS, vale tomar bastante cuidado, dado que os presets mais extremos podem gerar ruído visual, por renderizar o jogo em uma qualidade muito abaixo da exibida no display. Mais uma vez, isso é questão da otimização do jogo para PC, que ainda não é tão boa. Mesmo assim, a experiência com algumas alterações é incrível no NUC.

Testes sintéticos

Pra fechar a análise do Intel NUC 11 Extreme Beast Canyon, realizamos testes sintéticos focados em mensurar pontos de desempenho do mini PC gamer. O foco dos testes é, em geral, no processador I9 11900KB e na placa de vídeo RTX 3060. Para entender como analisar os resultados, a regra é clara: quanto maior a pontuação, melhor! 

Cinebench

Cinebench é uma ferramenta de testes focada em renderizar cenas pesadas para testar e estressar principalmente os núcleos do processador. São duas etapas, na primeira o PC renderiza a mesma cena durante 10 minutos usando todos os 8 núcleos do CPU e depois a mesma coisa, porém usando apenas um único núcleo.  O NUC atingiu 11134 pontos de performance com todos os núcleos e 1566 com apenas um núcleo sendo estressado. 

3DMARK

Já o 3DMARK contém inúmeros tipos de testes, dos quais realizamos 3. De forma geral todos eles servem para mensurar a potência e a performance da máquina em diferentes situações de estresse que o PC pode enfrentar na hora de rodar um jogo, desde tesselação, 1440p de qualidade, Ray Tracing e tudo mais.  Começamos com o Time Spy, um benchmark que utiliza DirectX12 e foca em usar as múltiplas threads do processador e placa de vídeo e renderizar cenas com 1440p de qualidade. Aqui o objetivo é calcular o desempenho e capacidade do sistema ao lidar com tesselação, iluminação volumétrica e outras tecnologias comuns nos games. O Port Royal foi o segundo teste realizado e visa calcular o desempenho do sistema em lidar com técnicas de iluminação, como reflexões dinâmicas, oclusão de ambiente, efeitos de pós-processamento, tesselação, profundidade do campo de visão, geração procedural, física etc. Pra fechar os testes sintéticos, realizamos o Fire Strike Extreme. Ele foca em testar a placa de vídeo em situações mais extremas de renderização de situações mais exigentes, como simulação de fumaça e iluminação de partículas dinâmicas. Além disso, o teste tenta sobrecarregar a CPU com física e pós processamento.

Veredito

O Intel NUC 11 Extreme Beast Canyon é considerado ainda um mini PC, mas o desempenho dele é extremamente competitivo com qualquer outra máquina desktop tradicional.  Apesar das especificações técnicas do hardware serem topo de linha, fica claro que é um setup desbalanceado. Para jogos, o I9 acaba sendo um pouco acima do necessário; é comum na maioria dos jogos o gargalo ser a RTX 3060 ou até mesmo os 16 GB de RAM. Já ficou comum também ter no PC pelo menos 24 GB de RAM para jogos densos, ainda mais para quem gosta de realizar captura de tela, streaming e edição de vídeo. A placa de vídeo é incrível, mas ela acaba ficando um degrau abaixo do processador, deixando o PC um pouco desbalanceado.  Mas o grande problema dessa equação não é o ótimo hardware ou o design incrível, é o preço e a disponibilidade. No momento, o Beast Canyon só pode ser comprado via importação pela própria Simply NUC. O preço da versão que testamos é por volta de R$14.970,47, mas ainda é preciso considerar possíveis taxas de importação, o que pode deixar a compra muito mais cara.  Assim, se você pode investir e gosta de mini PCs e games, essa é uma ótima pedida, com design impecável e desempenho que bate de frente com consoles da nova geração. Mas, por ser um PC pré-montado, ainda existem limitações, causadas principalmente pelo kit NUC e pelo espaço disponível do gabinete. Para a maioria das pessoas, montar um PC é um pesadelo. É aí que modelos como o NUC entram. Porém, a grande maioria dos pré-montados são infinitamente piores que o modelo testado aqui hoje, uma divina exceção no mercado. 

Especificações técnicas do Intel NUC 11 Extreme Beast Canyon

Veja também: 

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