Então, como algumas pessoas que achamos estúpidas ou com inteligência inferior a nossa conseguem ser líderes bem sucedidos nas mais diversas áreas ou até serem admiradas por seus liderados? Confira neste artigo.

Estúpidos e bem sucedidos. Como pode?

É isso o que um estudo da Universidade de Lausanne, sediada na Suíça, tenta explicar ao analisar cerca de 400 líderes em 30 países que atuam em diversos campos e setores produtivos. Enquanto suas capacidades intelectuais foram medidas por um tradicional teste de QI, as aptidões de liderança foram avaliadas por meio de entrevistas realizadas junto a oito colegas de trabalho com condições de fazer uma avaliação média de seu desempenho enquanto líder, ou seja, seus próprios subordinados. Foi aí que se descobriu a sutil relação entre os níveis de inteligência e de liderança de um líder quando se leva em conta a maneira como ele é percebido por seus liderados.

QI ideal para líderes

Enquanto os líderes com QI um pouco abaixo da média não foram bem avaliados por seus pares, quem obteve QI acima de 120 também foi percebido como pouco eficaz. E eis aí a grande surpresa: quanto maior o QI, maior a probabilidade desses líderes também serem vistos de maneira negativa. Fatores como gênero ou diferenças salariais não pareciam contribuir em nada para mudar a percepção dos liderados entrevistados. Outra conclusão surpreendente é que quando a diferença entre o QI do chefe e o de seus subordinados era superior a 18 pontos, estes começavam a avaliar seu líder ainda mais negativamente. Indo ao outro extremo, os líderes que atingiram QI de apenas 82 foram vistos de forma tão positiva quanto os de QI 118, mesmo quando apresentavam desempenho estatisticamente menor. Para minimizar o problema, o estudo recomendou que o gestor de um grupo com inteligência mediana, ou seja, com um QI de cerca de 100, deveria possuir um quociente de inteligência de, no máximo, 118, para ser considerado parte do grupo dos bem sucedidos. Embora esta pontuação seja suficiente para classificar esse líder como ‘altamente inteligente’, ela está longe de uma ‘inteligência superior’, cuja pontuação fica entre 130 e 145, e mais distante ainda do nível ‘extremamente talentoso’, QI acima de 145. Parte desse resultado surpreendente pode ser melhor compreendido quando se observa as várias capacidades que um bom líder deve reunir. Dependendo da cultura do tipo de trabalho exercido ou mesmo da empresa, muitas de suas funções dependem mais de aptidões técnicas, enquanto outras exigem habilidades sociais. Dessa forma, esse fenômeno pode ter menos a ver com um preconceito arraigado contra os ‘nerds’ e mais com nossa capacidade de compreendê-los.

Compreensão é a chave

A pesquisa sugere que a maior problema dos líderes de QI mais alto é enfrentar a chamada ‘lacuna de compreensão’, a qual representa a distância entre o que eles dizem e o que seus subordinados menos inteligentes lutam para entender. E, de acordo com o principal autor do estudo, John Antonakis, a melhor maneira de evitar essa tal lacuna é simplesmente usar a inteligência de alguém para construir metáforas criativas que possam persuadir e inspirar seus funcionários. “Acho que a única maneira de uma pessoa inteligente sinalizar sua inteligência apropriadamente e ainda se conectar com as pessoas é falar de maneira carismática”, explicou Antonakis.

Então o segredo é simplesmente ter carisma?

Embora seja mais fácil falar do que fazer, essa solução pode ser um primeiro passo na direção certa para se construir um futuro melhor com menos percepções errôneas e, assim, colocarmos as pessoas mais inteligentes e qualificadas em posições de líderes bem sucedidos. Fonte: Interesting Engineering Você já teve um líder assim? Deixe um comentário.

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