Entretanto, os especialistas de saúde indicam que todas as estas decisões podem ser precoces e muitas pessoas ainda devem fazer o uso do acessório que garante a proteção contra a COVID-19. Reunimos informações sobre o que tem sido falado e orientações para que você entenda os riscos com o fim da obrigatoriedade da máscara.

Decisão começou no Rio de Janeiro

Março foi um mês importante para todos os brasileiros: o movimento de decretar o fim da máscara começou na cidade do Rio de Janeiro no último dia 07. O prefeito Eduardo Paes assinou um decreto que deixa de exigir o uso de máscara em locais fechados e abertos. Para chegar a esta decisão, a prefeitura da cidade analisou os dados da vacinação e novas internações. Até o dia 07 de março de 2022, 54% dos moradores da cidade do Rio de Janeiro já estavam com as terceiras doses do imunizante contra o COVID-19, apesar de muitos especialistas indicarem que a porcentagem de 70% seria ideal para pensar em um possível relaxamento. A Fiocruz, que forneceu boa parte das vacinas para a cidade e estado do Rio de Janeiro, se pronunciou citando que a “decisão é prematura, apesar da boa vacinação”. Até o dia 17 de março de 2022, seis capitais e quinze estados já decidiram que a máscara é um acessório opcional, ao invés de ser obrigatório. Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Roraima e Acre e Distrito Federal não obrigam moradores e visitantes a usar máscara em locais abertos e fechados.

Não vacinados devem continuar usando máscara

Um estudo realizado pela Fiocruz e cientistas da Universidade de Brasília (UnB), que foi publicado na revista The Lancet, concluiu que moradores de cidades que apoiaram a eleição de Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018 são mais propensos a testar positivo para COVID-19, gerando mais internações e infelizmente, mais mortes. Mas como ocorre essa correlação? Não é necessário ser um especialista de saúde para saber que o Brasil esteve no centro de diversas polêmicas como indicação de remédios que não eram eficazes contra a doença, negação de imunizantes (acompanhada de uma demora para realizar a compra e diversas negações de propostas de laboratórios), mudança de ministros da Saúde e demais problemas. Todos estes fatores refletem na atitude dos eleitores do presidente, que em boa parte se negaram a tomar a vacina contra a COVID-19, além de não seguirem as recomendações para controle da doença. Foram analisadas as mortes decorrentes de COVID-19 em 5.570 municípios brasileiros entre fevereiro de 2020 e junho de 2021, ao lado do posicionamento político nas últimas eleições para Presidente do Brasil. Foi possível concluir que a opinião de pessoas que votaram em Jair Bolsonaro durante o segundo turno das eleições é o segundo fator que mais resultou em novas infecções, atrás apenas da desigualdade de renda e infraestrutura de saúde disponível. O mapa verde mostra a quantidade de votos no atual presidente e quanto mais escuro, mais votos para Bolsonaro foram registrados. Já o mapa laranja exibe a taxa de mortalidade por COVID-19 a cada 100 mil habitantes. Nossa maior ferramenta contra a pandemia é a vacina, que apresentou eficácia comprovada logo quando ficou disponível para compra no mercado internacional. Uma opinião em comum entre os especialistas é que se uma pessoa não optar pela aplicação contra a COVID-19, o uso de máscara ainda deve ser realizado, já que o sistema imunológico não está protegido contra casos graves. A vacina não previne que uma pessoa teste positivo para a doença, mas quem escolhe não se imunizar coloca a sua vida e a de quem ama em risco. A probabilidade de ter casos graves fica ainda maior com quem tem doenças graves (respiratórias ou não) e pessoas mais velhas.

Idosos devem manter o uso de máscara contra a COVID-19

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) recomenda que pessoas acima de 65 anos ainda façam o uso de máscara, mesmo que muitos governos estaduais tenham removido a obrigatoriedade. Em nota publicada no dia 10 de março, os especialistas afirmaram que apesar da taxa de vacinação deste grupo estar avançando, 63,3% das mortes causadas pela COVID-19 foram de pessoas com 70 anos ou mais. Por terem sistema imunológico mais fragilizado por conta da idade, o tratamento de COVID-19 nos idosos fica mais difícil, e muitas vezes não pode ser realizado por conta do agravamento. Os especialistas também apontam que idosos que tomaram a vacina podem ser considerados como adultos que estão sem vacina. Com isso em mente, se você tem um parente idoso ou até mesmo já está na terceira idade, é importante evitar as aglomerações e sair de casa apenas em necessidade máxima. Existem muitos aplicativos e serviços que já oferecem entrega e atendimento em domicílio, então considere isso antes de ir para a rua, onde pessoas já são adeptas do fim da máscara.

Devo usar máscara em parques e locais abertos?

Todos utilizamos máscaras por mais de dois anos em todos os lugares possíveis pelo fato da COVID-19 ser uma doença causada por um vírus que se espalha pelo ar. O uso de máscara ao ar livre pode ser considerado facultativo, mas é importante se atentar às possíveis aglomerações. Se você estiver em parques e demais eventos que possuem muitas pessoas em um mesmo espaço, vale a pena se proteger com a máscara. Pode levar entre 2 a 14 dias para que os sintomas da doença apareçam, então há a possibilidade da infecção acontecer em um dia, e no dia seguinte o contágio pode estar acontecendo. Especialistas ainda indicam que a distância de 1,5 metro seja levada em conta nos espaços que pessoas não estão mais fazendo o uso de máscara.

É hora de decretar o fim da máscara para crianças?

No dia de 14 de janeiro de 2022, a vacinação de crianças a partir de cinco anos de idade finalmente começou a acontecer no Brasil. Uma pergunta frequente é: como fica o uso de máscara pelos mais pequenos, uma vez que também já receberam a vacina que pode diminuir os casos graves e mortes. O mesmo vale para adultos: em locais com aglomerações, mesmo ao ar livre, as crianças ainda devem fazer o uso da máscara. A regra é ainda mais importante para pais e responsáveis de crianças com menos de 5 anos de idade, já que esta faixa etária ainda não pode receber a vacina contra COVID-19. Também é importante checar a idade e possíveis comorbidades das pessoas que moram no mesmo local que a criança antes de deixar a máscara em casa de forma definitiva. Uma pesquisa realizada por psicólogos da Universidade de Wisconsin-Madison consegue desmentir a teoria de que crianças não conseguem identificar emoções de uma pessoa que está fazendo uso da máscara. Apesar de boa parte do rosto estar coberto pelo item, os olhos e sobrancelhas ainda conseguem passar a mensagem sobre o sentimento para as crianças. Para chegar a esta conclusão, foram mostradas fotos para mais de 80 crianças com idades entre 7 e 13 anos. Entre as opções, pessoas demonstrando tristeza, raiva ou medo e que estavam com máscara ou sem máscara precisaram ser catalogadas pelas crianças. A identificação foi feita corretamente em 28% das fotos com pessoas tristes, 27% com pessoas com raiva e 18% em pessoas com medo. A forma como nos expressamos vai muito além do movimento da boca, e crianças já aprenderam a identificar todos os sinais que uma pessoa mais velha pode expressar. Então além de ser um item essencial de proteção contra a COVID-19, o uso de máscara não afeta a percepção dos mais pequenos.

Locais fechados exigem atenção redobrada

Ainda que governos e prefeituras estejam removendo a obrigatoriedade de máscara em restaurantes, shoppings, teatros e demais locais cobertos, é importante que você considere fazer o uso do acessório. Tenha em mente que ainda estamos vivendo em meio à pandemia e os cuidados devem ser mantidos mesmo com o fim da exigência da máscara. Muitos profissionais de saúde alegam que a decisão de desobrigar o uso da máscara possui um tom mais político do que sanitário. Por mais que você esteja em uma cidade ou estado que permitiu que as máscaras agora sejam utilizadas de forma opcional, ainda existem espaços fechados que exigem o uso do acessório, como transporte público e hospitais. Atente-se às regras locais para não passar por problemas e ter que parar sua rotina por pelo menos 14 dias no caso de testar positivo para COVID-19. O que você acha do fim da máscara? Diga pra gente nos comentários!

Veja também

Confira informações sobre o autoteste de COVID-19, incluindo locais de compra e como fazer o procedimento de forma correta. Fontes: The Lancet l CNN Brasil l Veja l SBGG l Atila Iamarino l Universidade de Wisconsin-Madison

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