Após dar entrada na unidade de saúde, as amostras clínicas do paciente foram encaminhadas ao Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que é referência nacional. O resultado positivo para a doença foi liberado ontem (14). Este é o quinto caso registrado da doença no país. De acordo com o boletim médico liberado pela secretaria, o paciente “está com sintomas leves, em isolamento domiciliar e sob o monitoramento da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS-Rio). Todos os seus cinco contactantes estão em investigação para orientações e monitoramento”. Ainda em nota, a pasta informa que a SVS-Rio mantém vigilância ativa para detecção oportuna de casos da doença no Rio. A Superintendência de Vigilância “também está monitorando o cenário epidemiológico nacional e internacional mantendo as unidades de saúde informadas e orientadas para vigilância, alerta e resposta a eventos de saúde pública”, finaliza.
Mais casos pelo Brasil
Na noite de ontem, a cidade de São Paulo também confirmou o seu terceiro caso de varíola dos macacos. O paciente é um homem, de 31 anos, que está internado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e apresenta bom estado de saúde. Morador da capital paulista, o homem também tem histórico de viagem à Europa. Segundo a Secretaria de Saúde de São Paulo, ele e seus contactantes estão isolados e sendo monitorados diariamente. Na semana passada, duas outras ocorrências de varíola dos macacos foram confirmadas no estado. Na última quinta-feira (9), o governo paulista confirmou o primeiro caso no país: um morador da capital paulista que está internado no Emílio Ribas, com boa evolução do quadro clínico. Já o segundo registro foi detectado em um homem, de 29 anos, que está isolado em sua residência em Vinhedo, no interior do estado. Ambas as ocorrências foram consideradas importadas, já que os pacientes tinham histórico de viagem ao exterior. No domingo (12), o Ministério da Saúde confirmou aquele que tornou-se o terceiro caso de varíola no país. O paciente é um homem de 51 anos que chegou ao país por Porto Alegre após viagem a Portugal. O caso estava em monitoramento desde o dia 27 de maio, segundo a Secretaria da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul. Em nota, a Secretaria ainda informou que o paciente, morador de Portugal, está em isolamento domiciliar, junto com os seus contatos, apresenta quadro clínico estável, sem complicações e está sendo monitorado pela SES e Secretaria de Saúde da capital. Além dos casos confirmados, o Brasil ainda investiga 10 casos suspeitos de contaminação por varíola do macaco.
No mundo
Nos últimos meses, diversos casos de infecção do vírus têm sido relatados em Portugal, Espanha, Inglaterra e Estados Unidos. Até pouco tempo, todos casos fora da África eram casos importados de viajantes recentes à República Democrática do Congo ou à Nigéria. Os registros comunicados no mês de maio, no entanto, são os primeiros casos autóctones, cuja via de transmissão ainda não se tem estabelecida ao certo. No início do mês de junho, já haviam sido registrado, em todo o mundo, mais de mil casos de varíola dos macacos registrados fora da África. Os últimos dados divulgados informam 1.009 infectados em 27 países. Esse é o maior surto fora do continente já registrado. Os dados são do Global.health Monkeypox, que monitora os números divulgados por cada nação.
Contaminação
A varíola dos macacos é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode ser por abraço, beijo, massagens ou relações sexuais. A doença também é transmitida por secreções respiratórias e pelo contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies utilizadas pelo doente. De acordo com os médicos, os primeiros sintomas são febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De um a três dias após o início dos sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele, geralmente na boca, pés, peito, rosto e ou regiões genitais. Não há tratamento específico, mas os quadros clínicos costumam ser leves, sendo necessários o cuidado e a observação das lesões. Para se prevenir, é necessário evitar qualquer tipo de contato com a pessoa contaminada até que todas as lesões tenham cicatrizado, assim como com qualquer material que tenha sido usado pelo infectado. Também é importante a higienização das mãos, lavando-as com água e sabão ou utilizando álcool gel.
Vacina
A vacina utilizada contra a varíola tradicional ou humana, chamada smallpox, possuía certa proteção também contra a varíola dos macacos. No entanto, de acordo com o Instituto Butantan, o imunizante deixou de ser aplicado há muito tempo, já que a varíola humana foi erradicada no início da década de 1980. Com isso, pessoas com idade inferior a 40 anos nunca foram imunizadas no Brasil. Ainda segundo o Butantan, há uma outra vacina produzida pela farmacêutica dinamarquesa Bavária Northean que também é eficaz no combate a varíola dos macacos. Ela, no entanto, não é produzida em larga escala, ou seja, não há um número de doses suficiente para distribuição em escala mundial. Para contornar a situação, o Governo Federal anunciou que está negociando a compra de doses da vacina contra a varíola dos macacos. A informação foi confirmada pelo secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, durante entrevista para o jornal Metrópoles. No momento, o Ministério da Saúde já se encontrou com o fabricante dos imunizantes contra o vírus monkeypox. Além disso, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) está intermediando a aquisição. Caso o contrato seja fechado, a expectativa é a de que as primeiras doses cheguem ao país em agosto. “A expectativa é que as doses cheguem entre o terceiro e o quarto trimestre deste ano, provavelmente a partir de agosto”, comenta o secretário. Veja também: Quer entender mais sobre a varíola dos macacos? Preparamos um post especial sobre a doença que vem preocupando o mundo. Fontes: Agência Brasil [1] [2], G1 [1] [2], Poder 360 [1] [2].