No último fim de semana, uma versão Beta de Diablo II Resurrected foi liberada para aqueles que adquiriram uma cópia na pré-venda nas plataformas disponíveis — PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e Nintendo Switch. O Showmetech pôde testar o jogo antecipadamente e traz a seguir as primeiras impressões do título que, de antemão, consegue reinserir bem o contexto da narrativa de Diablo II. Vale lembrar que o Beta gratuito será liberado para o público geral no próximo fim de semana, com os servidores abertos a partir das 14h dessa sexta-feira (20) até o domingo (22).
Revisitando um clássico
Com gráficos melhorados, Diablo II Resurrected tem o mote de resgatar a memória afetiva dos jogadores que vivenciaram o jogo nos anos 2000 enquanto tenta apresentar novamente a história do jogo para a nova geração. A Blizzard seguiu a mesma tendência de outras empresas, como quando, por exemplo, a Activision reviveu o considerado ‘mascote da Sony’ com Crash Bandicoot N’Sane Trilogy, uma franquia que teve a sua imagem antiga repaginada com a ajuda de um título inédito. Podendo rodar em até 4K na versão de PC, o novo Diablo II traz de volta a saga de herói em um mundo onde habitantes do inferno retornaram para fazer um massacre nas pequenas civilizações. Cabe ao personagem do jogador reunir forças, armamento e feitiços necessários para combater cada um dos inimigos em um total de cinco atos. Figuras como Diablo e Mefisto serão encontradas na versão final do game, que também oferece a DLC Lord of Destruction (“Senhor da Destruição”, em tradução), um capítulo a mais destinado a Baal, um dos vilões da franquia. Quando revisitamos um título clássico, espera-se que o público-alvo seja majoritariamente compreendido. Este é um jogo que, desde o seu anúncio, os desenvolvedores afirmaram ser basicamente um upgrade de tudo que já existia de bom no original. Nesse sentido, os fãs podem esperar uma jogabilidade preservada, como confirmamos durante o gameplay. Por outro lado, como também já mencionado, é interessante observar a forma como tal jogo se mostra interessante para novos olhares. Em ambos os casos, podemos confirmar que este é um RPG feito com êxito.
Adentrando o mundo fantasioso
Diablo II Resurrected pode ser jogado como campanha singular, mas também em co-op com outros jogadores. Existe um lobby no menu inicial onde é possível acessar não só o seu, como o mundo dos demais guerreiros do servidor. A primeira ação que você precisa fazer antes de escolher aonde ir é selecionar a classe do seu herói. O Necromante é uma classe sinistra, capaz de invocar esqueletos e golens, além de lançar veneno. O Bárbaro é o clássico personagem corpo a corpo, com extrema força bruta. O Paladino une a destreza da espada e escudo com uma resistente armadura, enquanto a Maga detém habilidades de fogo, gelo e eletricidade para ajudar seu exército. Por fim, o Druida incorpora a forma de urso ou lobisomem e é aliado aos poderes dos animais.
Os altos e baixos do gameplay
É possível conferir dados do personagem, cujo nome é dado pelo próprio jogador, e ir aprimorando-o conforme novas conquistas forem alcançadas. O jogo cria uma atmosfera bem imersiva e estimula a investigação do cenário, bem como a interação com os coadjuvantes e a luta contra os inimigos. Sobre este último ponto, existe uma legião deles ao redor da terra infestada, que vão de zumbis a guerreiros das profundezas do inferno. Cada um possui forças e fraquezas e é interessante explorar isso com diferentes tipos de armamento e feitiços. Nesse sentido, Diablo II Resurrected consegue aprimorar o que já existia em uma versão atualizada e mais apropriada aos moldes da nova geração. O lado que deixa a desejar por enquanto é a questão de bugs relacionados à execução de ações — os famosos atrasos na animação de movimento —, que acabaram custando vida do personagem. E quando se trata especialmente de um RPG nesse estilo, o ideal é que o jogo não intensifique erros além dos seus que possam prejudicar o andamento da campanha. Além disso, o combate está um pouco rígido na animação. Às vezes, o personagem não atingia de fato o inimigo, mas ele morria com o dano causado e, em outros momentos, o contrário acontecia. Aplicava-se o golpe, mas não registrava dano (isso, claro, contando além dos momentos em que inimigos bloqueavam os golpes do herói). Podem parecer detalhes, mas são dois tópicos que fazem a diferença no fim da jornada.
Expectativas para o lançamento
Diablo II Resurrected chega com a promessa de encantar novamente os fãs da saga que podem se sentir representados com essa nova remasterização. Para aqueles que não conhecem ou não têm muita familiaridade com o gênero, o jogo dá as pistas e os comandos necessários para que a experiência seja completa. Embora a versão Beta abrace o jogador com a maioria de seus pontos inteligentes, certamente testá-lo é uma experiência agridoce, principalmente quando lembramos do contexto em que este jogo foi construído. Com um histórico vergonhoso de denúncias de assédio entre as equipes internas, a Blizzard desaponta pelas questões sérias que vieram à tona na mídia. Nomes de relevância se desligaram da empresa, incluindo o diretor Luis Barriga e o designer Jesse McCree, ambos envolvidos no futuro Diablo IV. Apesar de serem pontos particulares, tanto o jogo como o escândalo da Blizzard não deixam de se convergirem na experiência final do jogador. Em meio ao caos pré-lançamento, Diablo II Resurrected pode ter a imagem manchada, esta que era tão respeitada no passado.
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