Em relação à HERO10 Black, a empresa colocou um novo sensor que capta até 1 bilhão de cores e segue gravando vídeos em qualidade 5.3K, mas agora captura fotos em até 27 MP. Confira o que achamos agora mesmo.
Design e construção
O que mais me chamou atenção em questão de design foram as bordas emborrachadas que entregam aquele apoio em possíveis acidentes ou impactos que podem comprometer uma câmera de ação de forma definitiva. Em comparação ao modelo de 2021, não tivemos mudanças externas: a HERO11 Black chega ao mercado apenas na cor preta e com dois botões. Há uma vedação que evita que resíduos de madeira e água danifiquem os componentes e deixa a “pegada” agradável. É importante lembrar que, claro, você terá melhor uso se colocar um acessório que facilita o transporte, mas ao visitar dois dias da Brasil Game Show e caminhar com a Go Pro, eu não tive incômodos. A câmera de ação chega ao mercado com o peso de 153 gramas, o mesmo que o de sua antecessora. O maior peso se dá por conta da bateria, que de uma forma ou outra, é o componente mais pesado do aparelho de captura de fotos e vídeos. A fabricante envia uma pequena bolsa de transporte com divisórias que encaixam perfeitamente e tudo pode ser fechado com um zíper. É possível perceber aqui que mais do que entregar um aparelho de qualidade, a GoPro também estava focada em facilitar o transporte. Até porque, vamos combinar que uma maleta apenas para levar a câmera é melhor que usar uma bolsa qualquer que a deixa “solta”. Não tive pontos negativos em relação ao design e construção e mesmo sendo um tipo de usuário que não está acostumado a usar câmera de ação, a inicialização foi bastante tranquila. O sistema operacional e apertar de botões também é bastante dinâmico.
Câmera
Não há como negar que a lente é um dos grandes altos da linha HERO11. O modelo tradicional chega ao mercado global com um sensor que não estava presente em outra câmera de ação, mas em relação ao processador, não tivemos mudanças. Com tecnologia para captar 1 bilhão de cores, confira os avanços do lançamento de 2022 em relação ao modelo de 2021: Outro ganho está na proporção 8:9 que permite melhor criação de conteúdo em formato vertical. Após enviar tudo para o aplicativo Quik, a GoPro ressalta que fica mais fácil editar conteúdo para o TikTok e Instagram dentro da proporção 9:16. Mas formatos cinematográficas na proporção 16:9 para o YouTube também serão facilmente criados e a empresa lembra que a perda de qualidade não acontecerá, independente da proporção que o conteúdo tiver.
Modos de foto e vídeo
Quando citei no título deste review que a GoPro HERO11 Black é um modelo para todos os tipos de público, eu cheguei a esta conclusão justamente por conta dos modos de vídeo. O Easy, como o nome sugere, é indicado para quem não entende muito de fotografia, mas ainda assim gostaria de registrar boas fotos e vídeos. Basta fazer uma troca com o arrastar de botões virtuais e pronto, tudo será capturado. Eu tive bons resultados em dias mais escuros, onde, no dia a dia, tudo parecia “escuro demais”. Você entende mais de fotografia e vídeo? O modo PRO pode ser ativado apenas por meio do Quik App, em que também é possível fazer o controle do ISO, abertura de lente e demais detalhes. Eu senti uma certa dependência disso, mas considerando que a configuração pode ser feita apenas enquanto a gravação ou foto ainda não começou, vamos “deixar passar”. Esta foto foi tirada no modo amplo: Como o processador GP2 está disponível no modelo de 2022, o modo LTM (mapeamento local de tons) também está por aqui. A novidade fica por conta de três novos padrões de lapso de tempo para captura de conteúdo durante a noite, ideal para quem deseja fazer fotos e vídeos capturando céus estrelados e demais elementos.
Fotos
A começar pela captura de conteúdo estático, tivemos pequenas alterações nos modos de foto. Se antes era possível tirar fotos em quatro modos, agora é possível usar dois deles:
Amplo: de 16 a 34 mm com campo de visão amplo com olho de peixe;Linear: de 19 a 39 mm, que capta fotos em modo “normal” sem efeito olho de peixe.
Estes foram os resultados nos modos Amplo e Linear, respectivamente:
É possível tirar fotos com até 27 MP, um ganho de 7 MP em relação à geração anterior. Há uma melhoria no algoritmo de acordo com a fabricante, que entrega fotos noturnas melhores e este foi o resultado de uma noite de céu em Gramado, Rio Grande do Sul:
De todo modo, é importante dizer que esta não é uma câmera desenvolvida para quem quer apenas tirar boas fotos durante a noite. A GoPro é mais conhecida no mercado por entregar fotos capturadas durante o dia e por conta da ótima estabilização. Dito isso, este resultado com o obturador aberto por 30 segundos foi satisfatório, confira:
Por mais que haja uma tecnologia aprimorada focada nisso, ainda será possível ver ruídos na foto que não vemos em resultados de fotos profissionais. Portanto, é importante entender o mercado foco da GoPro com todas as suas câmeras de ação. Veja esta foto em ambiente fechado, por exemplo:
Vídeo
Chegamos ao ponto alto: com a tecnologia Hypersmooth atualizada para 2022, a captura de conteúdo me impressionou… muito. Digo isso não apenas pela alta qualidade do que foi gravado, mas também pela estabilidade. Estas são as resoluções e taxas de quadros por segundos: O ponto que mais gostaria de comentar sobre os vídeos é o bom gerenciamento de cores realizado em tempo real, que permite que o trabalho seja visto na hora e sem a necessidade de esperar por um pós-processamento que pode levar apenas alguns segundos. Para quem tem o hábito de usar apenas o smartphone para gravar vídeos para as mais diversas funcionalidades, ter uma câmera que pode ser usada apenas para isso é um baita upgrade que deve ser levado em consideração. Estes são os modos de vídeo:
HyperView: 12 mm;SuperView: 16 mm;Amplo: de 16 a 34 mm com campo de visão amplo com olho de peixe;Linear: de 19 a 39 mm, que capta fotos em modo “normal” sem efeito olho de peixe;Linear + Trava de horizonte (rotação 360º completa).
HyperSmooth
A tecnologia HyperSmooth é uma funcionalidade que permite que os vídeos tenham melhor estabilização, independente do movimento feito pelos usuários. Quando foi lançada com as câmeras HERO3, a empresa lembrou em uma entrevista que as câmeras de ação eram mais utilizadas como apoio que como dispositivos principais de filmagem. Atualizado para 2022 na geração 5.0, o HyperSmooth é uma funcionalidade que eu realmente definiria como surreal (no bom sentido). Eu fiz testes de andar com meu cachorro, que sempre tem o hábito de correr, e se eu disser que tive erros, estaria mentindo. O recurso pode ser utilizado em transmissões ao vivo e também em resolução 5.3K, mas, na resolução máxima, ainda há problemas de bateria: o modelo não conseguiu ficar ativado com o modo estabilização eletrônica por não mais que 2 horas seguidas. Isso se dá por haver muitas tarefas acontecendo ao mesmo tempo: há um trabalho do algoritmo analisando quadro a quadro para que o melhor resultado seja entregue na hora em que a gravação de vídeo for estabilizada. O HyperSmooth é, de longe, uma das melhores tecnologias para quem precisa gravar esportes ou situações com pouca estabilidade, mas há outro “problema” ao usar este recurso. O modelo esquenta bastante e vale a pena usar isso ativado ao ter um acessório. Carregar a câmera apenas com as mãos não fica impossível, mas o incômodo será menor com um apoio para a mão.
Performance e tela
Com o processador GP2, eu não tive problemas de sistema operacional e, inclusive, um recurso que gostei bastante foi o de atualização feito pelo Quik App, que também pode ser utilizado para a edição de vídeos de forma gratuita. Isso é exigido antes do primeiro uso e qualquer nova versão do SO pode ser baixada pelo smartphone e enviada para a câmera, tudo sem fio ou burocracia. Mas, em alguns momentos, eu tive problema para realizar essa conexão e foi necessário tentar mais de uma vez para que o pareamento fosse realizado. Minha maior reclamação ainda está na dissipação de calor. Após o uso contínuo feito por uma hora, percebi de forma nítida que a câmera começava a esquentar mais do que o aceitável para aparelhos que possuem uma bateria. Dias de calor em minha cidade eram os mais difíceis, ainda mais considerando que o ambiente, em si, estava quente. Ter que usar a HERO11 Black e vê-la esquentar após cerca 30 minutos foi um tanto decepcionante. Além da tela touch de 2,27 polegadas para ativação e troca de funções, há um visor voltado para estabilização de vídeo de 1,4 polegadas que ajuda no enquadramento. Não há o que falar de negativo sobre isso, apesar de eu ter ficado com vontade de ativar o modo PRO sem a necessidade do Quik App. De fato, ela cumpre o prometido.
Bateria
Chegamos ao problema. Se já em nosso review sobre a GoPro HERO10 havíamos comentado que a bateria era o ponto fraco da câmera de ação, isso ainda persiste na geração de 2022. Meu maior comentário sobre isso é que, mesmo com todo o marketing envolto na inclusão da bateria Enduro, ainda há muito o que melhorar. Em gravações de vídeo em qualidade 5K, eu consegui fazer o uso por não mais que 2 horas e, novamente, preciso falar sobre o alto aquecimento da bateria quando o modelo foi colocado em alta potência. Dito isso, a captura de fotos é um tanto melhor: consegui fazer o uso direto por 3 horas antes que a bateria desligasse. Um fato interessante é que a câmera se autodesliga quando a bateria está em 10% no modo de vídeo, mas ainda consegue funcionar até 5% para tirar fotos. Um problema que tivemos nos testes da HERO10 foi resolvido: se antes a porcentagem da bateria mudava quando era feita a alternância de modos, isso não está mais presente na HERO11 Black que testei. A minha grande reclamação é a própria duração da bateria: se você precisa de uma câmera que funcione por mais de 4 horas, pode ser necessário comprar uma bateria externa (ou quem sabe duas, a depender do que for fazer). No site oficial da GoPro, uma bateria adicional pode ser comprada por R$ 299,00. Você também pode optar por um kit que traz o carregador externo com duas baterias adicionais por R$ 679,00. O carregamento tradicional é feito por uma entrada USB-C, que também pode ser usada para transferir os conteúdos captados. Não há uma fonte de energia enviada na caixa, mas você pode fazer o uso do acessório de outros dispositivos. Ao colocar a câmera para recarregar com um carregador com 60W de potência, o processo foi concluído após duas horas e um sinal sonoro foi emitido.
Conclusão
A linha HERO11 ganhou três modelos: Mini, Black e Creator Edition. Meu uso da HERO11 Black no dia a dia foi ótimo e, para uma pessoa que faz todos os registros de bons momentos apenas com o smartphone, a experiência de uso foi interessante e os resultados foram ótimos de forma geral. Dito isso, eu realmente esperava que a bateria durasse um pouco mais e a câmera de ação não esquentasse tanto no dia a dia. A HERO11 Black é um ótimo produto e não há como negar que os resultados são incríveis, mas ainda há pontos que precisam ser aprimorados para que ela seja um produto perfeito. O que eu mais gostei é o uso ser bastante simples: com o apertar de alguns botões, era possível fazer ótimas fotos e vídeos. O modelo enviado para o Showmetech está sendo vendido no site oficial de sua fabricante por US$ 499.99 (R$ 2.648,10 em conversão direta), valor menor do que o preço médio da HERO10 no mercado geral. Talvez seja interessante fazer o upgrade se você tem a HERO9, já que houve uma boa atualização na estabilização de vídeo, assim como uma bateria (um pouco) melhor. É um produto interessante para ficar acompanhando em momentos de grandes promoções como Black Friday ou final de ano, mas o atual preço em relação à entrega de benefícios também não está ruim.
Especificações Técnicas – GoPro HERO11 Black
Tem alguma dúvida sobre o uso da HERO11 Black na prática? Diga pra gente nos comentários! Veja também Não deixe de conferir nosso review sobre a GoPro HERO10, lançada em 2021
