O Showmetech teve acesso a uma cópia digital de Cadence of Hyrule para o Nintendo Switch e, após uma semana intensa de jogatina (e várias batidas perdidas tentando seguir o ritmo das músicas), trazemos uma análise completa do game abordando todos seus detalhes, pontos fortes e desvantagens.

Seguindo o ritmo de Hyrule

Cadence of Hyrule é o mashup perfeito de dois estilos: o RPG da série Zelda e as mecânicas misturadas de roguelike misturadas com músicas de NecroDancer. Ao escolher elementos diferentes de NecroDancer e Zelda, os desenvolvedores criaram uma combinação fantástica! Ao contrário do que muitos poderiam pensar à primeira vista, não é NecroDancer com uma skin de Zelda e, graças a uma infinidade de opções de jogo, pode ser facilmente divertido se você é fã de um e não do outro. O jogo começa com Cadence from Crypt do NecroDancer aparecendo no ar e caindo sem cerimônia em Hyrule. Felizmente para os habitantes desta terra amaldiçoada, ela fez isso bem quando o rei de Hyrule, a princesa Zelda e Link haviam sido colocados para dormir por Octavio e seu alaúde mágico da Triforce. Com uma fada te guiando pelo tutorial (muito parecida mas não tão chata quanto Navi do clássico Ocarina of Time) para aprender os controles do jogo, você escolhe Link ou Zelda para ser seu primeiro herói na aventura e pode alternar entre eles e Cadence à medida que você se aprofunda na aventura. Você pode jogar como Zelda durante praticamente todo o jogo, se quiser. Afinal de contas, mesmo tendo seu nome em todos os games da franquia, não é todo dia que a princesa de Hyrule ganha a chance de ser a protagonista de sua própria história, não é mesmo? Cada vez que você inicia um jogo, o mundo é criado novamente em torno de alguns pontos-chave – Hyrule Castle, Kakariko Village e quatro masmorras – criando uma mistura de áreas proceduralmente geradas e sob medida para a batalha e quebra-cabeças. O mundo é desenhado seguindo o mesmo estilo visual e de câmera de cima para baixo de jogos Zelda clássicos como A Link to the Past e A Link Between Worlds. Hyrule é composta por uma grande grade de telas pelas quais seu personagem se move e por algumas armas e habilidades para desbloquear enquanto você se aventura, embora onde você as encontrará no mundo é randomizado. É possível também pegar alguns itens de equipamento – uma pá para cavar paredes suaves, uma tocha para estender sua visão nas masmorras e um anel e botas que podem ter vários benefícios defensivos e ofensivos. Com a mesma mecânica de durabilidade de armas de Breath of the Wild, esses itens se degradam com o tempo ou, se feitos de vidro, podem simplesmente quebrar quando você recebe dano. O principal diferencial no NecroDancer original é que ele é um jogo no estilo Mystery Dungeon que funciona ao som da trilha sonora. Cada passo, ataque ou habilidade tomado faz com que o jogador veja todos os inimigos e objetos em ação agindo ao mesmo tempo. Se você se mover na frente de um inimigo enquanto ele está chegando para atacar, será atingido, mas da mesma forma você poderá aprender e ver suas ações. A diferença é que você só pode agir no tempo com a música, forçando-o a continuar se movendo, a fazer julgamentos precipitados e, muitas vezes, levando a erros fatais. Felizmente, depois de limpar uma área, essa regra é relaxada e você pode se mover o quanto quiser e apreciar a música sem preocupações.

Acompanhando o compasso da aventura

O destaque absoluto para os fãs de The Legend of Zelda serão os remixes de gêneros musicais simplesmente sublimes feitos por Danny Baranowsky das clássicas melodias da série. Claro, o tema da série principal ainda é dinâmico e empolgante, embora não seja usado como a música-título como você poderia esperar, mas há um número de metal quando você se dirige para a Death Mountain, jazz suave na masmorra do gelo e para Song of Storms em uma homenagem ao moinho de Ocarina of Time. Cada pequena canção foi dividida em duas formas, dependendo se há inimigos na tela e se você precisa de um ritmo forte para acompanhar, ou se você limpou a tela e uma interpretação mais relaxada pode ser exibida. Certamente não irão faltar ritmos diferentes para agradar os mais variados tipos de ouvidos dos jogadores! Alguns erros demais podiam significar o fim de sua corrida no NecroDancer original, mas mesmo quando Cadence of Hyrule joga uma dúzia de inimigos em você por tela, o jogo não é tão desafiador. Claro, tem que aprender alguns truques para cada inimigo, mas basta pegar alguns corações extras e escolher sua arma favorita e você não vai morrer tão frequentemente. Mas se você acabar morrendo, não se desespere! Ao ser derrotado, o jogador apenas perde suas Rupees e equipamentos antes de reaparecer em uma Sheikah Stone de sua escolha (lembre-se sempre de ativar uma quando a vir) e uma loja te permitirá reabastecer alguns equipamentos para tornar sua jornada menos difícil. Felizmente, o jogador tem várias opções para personalizar a dificuldade do jogo para seus desejos. Para tornar o jogo mais fácil, há o modo Fixed-Beat, que bloqueia as ações do jogo ao pressionar o botão em vez da música, permitindo que o jogador considere cada movimento com mais cuidado e aproximando o jogo de uma Mystery Dungeon padrão. Os veteranos do NecroDancer podem preferir ir na direção oposta, aumentando a dificuldade com o modo Double-Time e Permadeath, e com um desafio diário baseado em uma randomização compartilhada. Há também modo co-op de dois jogadores, o que funciona surpreendentemente bem graças às visualizações de tela fixa no mundo real, mas considerando o quanto você precisa manter seu ritmo e tempo para garantir que não perca uma batida e perca seu multiplicador, jogar com um único Joy-Con e usando um stick analógico para o movimento é bem complicado. Sendo assim, a melhor forma de jogar esse modo é com um par de Joy-Con ou outro controle com o direcional e os botões. Se há uma queixa real do jogo, é que é um jogo Zelda voltado para a ação, que pretende enviá-lo a inimigos para o combate ao invés de fazer com que você use itens e habilidades de forma inteligente. Por causa da geração procedural dos cenários, não há garantias de que terá um arco e flecha ou um hookshot, o que significa que os quebra-cabeças e os designs inimigos não podem ser criados em torno deles. Isso não torna os itens inúteis, mas significa que, ao se manter no ritmo e enfrentar metade de uma dúzia de inimigos que chegam até você através de uma lacuna de um quadrado de largura, no final só é usado a sua espada e, ocasionalmente, desviar para trás. Você não vai pensar em qual item deve utilizar porque o tempo está contra você e o combate direto é geralmente a opção mais fácil.

Games + música

Depois de jogar um jogo tão incrível quanto Cadence of Hyrule nós basicamente poderíamos preencher uma lista inteira com jogos da Nintendo que deveriam receber o mesmo tratamento. Da atmosfera natural de Donkey Kong Country, aos riffs de ficção científica de Metroid que os músicos de metal amam, aos sons new-school punk de Splatoon, às faixas icônicas da franquia de Mario, todos estão prontos para um potencial spin-off musical. Castlevania é uma obra de arte digital tanto pela sua jogabilidade quanto pela enorme variedade de fantástica música techno gótica que apresenta aos jogadores. As melodias simplesmente fazem seu sangue bombear mais rápido enquanto você se prepara para matar alguns sugadores de sangue. O design geral da série Castlevania, usando itens temporários para explorar um enorme castelo cheio de monstros, também se traduziria facilmente na fórmula do NecroDancer. Muitos jogadores ficariam gratos por um bom período de games da série Metal Gear após a saída confusa da Konami do criador da franquia, Hideo Kojima. Porém, uma combinação com um jogo de dança estilo NecroDancer, por mais estranho que pareça, valeria investir. Metal Gear nunca tem medo de injetar alguma besteira aleatória na ação militar séria dos games. Snake se esgueirando em torno de bases inimigas é basicamente o mesmo que explorar masmorras. E Metal Gear está repleto de incríveis faixas vocais que ficariam perfeitas em um jogo de música. Final Fantasy tecnicamente já tem um spin-off com os dois jogos Theatrhythm Final Fantasy para Nintendo 3DS. Mas enquanto eles apresentavam alguns elementos leves de RPG, eles estavam apenas tocando e passando os ícones na batida. O que estamos querendo aqui é uma aventura completa baseada no icônico Nobuo Uematsu desta franquia JRPG. De contribuições anônimas de Michael Jackson ao amado som da banda Crush 40, há muito por onde escolher quando se pensa em um game de plataforma com músicas de Sonic. E o sucesso do Sonic Mania deveria convencer a Sega a entregar o hedgehog para as indies. O game consegue combinar perfeitamente nostalgia e inovação e ver uma combinação dessas com um apelo musical unido à velocidade do som do ouriço azul seria fantástico! Por último, mas não menos importante, precisamos mencionar que, apesar de seus mundos de fantasia/sci-fi desconectados, os projetos do desenvolvedor Supergiant Games compartilham muitas coisas em comum. Eles têm uma linda arte ilustrada e sistemas de jogabilidade estratégicos profundos. E mais relevante aqui, eles têm trilhas sonoras impressionantes do compositor Darren Korb e da vocalista Ashley Lynn Barrett. Então, se é Bastion, Transistor, Pyre, Hades ou algo novo, precisamos de um jogo Supergiant Games que seja ainda mais sobre a música.

A lenda do herói musical

Cadence of Hyrule é muito mais do que Crypt of the NecroDancer com uma skin de The Legend of Zelda. Desde o clássico estilo de arte Zelda e itens básicos até a viciante jogabilidade NecroDancer com uma trilha sonora recheada de remixes deliciosos, este combinação fantástica e inesperada une o melhor dos dois mundos e os combina de forma brilhante.

REVIEW  Jogue na batida de Zelda em Cadence of Hyrule  Switch  - 43REVIEW  Jogue na batida de Zelda em Cadence of Hyrule  Switch  - 67REVIEW  Jogue na batida de Zelda em Cadence of Hyrule  Switch  - 40