O Showmetech recebeu o Ryzen 7 5700G gentilmente pela AMD, e após usar esse processador nos últimos dias, trazemos a análise completa do modelo.

Conhecendo o Ryzen 7 5700G

Na hora de falar de um processador não tem muita firula, afinal de contas, não há muito o que mostrar além da caixa e do cooler. Logo, já seremos bem diretos nesse texto. O Ryzen 7 5700G vem com o famoso e remodelado AMD Wraith, o simpático cooler box da AMD, feito como um “quebra-galho”. Em nossos teste, todavia, não utilizamos o Wraith, mas sim um modelo muito parecido da Cooler Master: o T2. No fim das contas a diferença é bem imperceptível. O cooler box, como o nome sugere, chega apenas para acompanhar o processador caso o usuário não tenha um cooler, seja seu primeiro PC, etc. Embora o Ryzen 7 5700G seja um processador de alta performance, o modelo não esquentou tanto, então creio que não hajam grandes motivos para preocupação. O processador é aquilo: a camada de metal por cima com seu nome estampado e os pinos amarelos na parte de trás. É simples, mas a simplicidade está nesses detalhes que nos fazem gostar desse mundo do hardware de computador.

O chip

Indo ao que interessa para os gamers, o Ryzen 5700G é um processador de 8 núcleos, 16 threads, clock base de 3.8 GHz (boost para até 4.6 GHz) com placa gráfica integrada, tornando-o uma APU. O modelo foi desenvolvido num processo de fabricação com litografia de 7 nm FinFET, assim como seu irmão menor, o Ryzen 5 5600G, que também mantém o soquete AM4. Dessa forma, é compatível com as placas-mãe desenvolvidas originalmente para os Ryzen 3000, por exemplo, bastando apenas fazer uma atualização de BIOS. Como já mencionamos, a o processador acompanha a Vega 8 como chip gráfico, que suporta frequências de até 2000 MHz e é uma verdadeira monstruosidade neste segmento. Sem sombra de dúvida, é o melhor gráfico integrado que já passou pelas minhas mãos, e definitivamente manda bem em games, aplicações cotidianos e também não me deixou na mão quando precisei usar para edições de vídeo – mesmo que mais básicas – no Sony Vegas e no Camtasia Studio 8.

Bancada de testes

Antes de começar nossos testes em benchmarks sintéticos e em games, o Ryzen 7 5700G foi testado numa bancada com placa-mãe Gigabyte Aorus B550I Pro AX, 16 GB de RAM (2×8) a 2666 MHz, SSD de 1 TB Imation, fonte de 600W Corsair e uma NVIDIA RTX 3060 da EVGA.

Benchmarks Sintéticos

Fire Strike Ultra

O 3DMARK é uma das principais ferramentas para a realização de testes sintéticos e tangenciar a capacidade do Ryzen 7 5700G. O primeiro teste foi com o Fire Strike Ultra, criado para a testagem de GPUs e CPUs poderosas com benchmark de tesselação pesada, iluminação volumétrica, simulações de fumaça, iluminação de partículas dinâmicas, física para a CPU e pós-processamento; totalizando 5123 pontos.

CPU Profile

Nosso segundo teste é com o CPU Profile, um benchmark que realiza vários testes utilizando os diferentes números de núcleos e threads do processador. Ao total são realizados 6 testes com todas as threads, 16 threads, 8 threads, 4 e 2 threads e, por fim, apenas 1 thread, utilizando a mesma métrica para todas; culminando em diferentes pontuações para cada teste, como observamos abaixo:

Cinebench

Os testes do CINEBENCH servem para colocar o processador e placa de vídeo em carga máxima na renderização de cenários e cenas complexas. Os testes colocam os 6 núcleos do processador e, posteriormente, apenas um núcleo principal para renderizar uma cena realista com anti-serrilhado, reflexões, iluminação, sombras e diversos outros efeitos que compõem cerca de 2000 objetos.

Blender

Por fim, o Blender é uma ferramenta de código aberto utilizado para modelagem, animação, texturização, composição e renderização de vídeo. Neste teste utilizamos a demo BMW para renderizar.

Testes em games com placa dedicada

Antes de começarmos, precisamos salientar alguns pontos. Como a análise deste texto é observar o comportamento do processador, a ideia principal é deixar a placa de vídeo mais confortável possível para fazer altos números de quadros. Dessa maneira a CPU terá mais trabalho, principalmente quando em resoluções menores. Assim, em muitos casos, usamos qualidade média ou baixa, pois o objeto é ver até onde o processador aguenta. No mundo dos PCs dizemos que o importante é deixar a placa de vídeo sempre a 99% de sua capacidade de uso, pois o componente estará entregando todo seu desempenho. Nos processadores é o inverso: quanto menor for sua % de uso, melhor é o desempenho. Então, se nossa placa está sendo completamente utilizada, o gargalo do sistema vira a CPU, e conseguimos saber quão longe essa peça pode chegar.

Metro Exodus Enhanced Edition

Metro Exodus Enhanced Edition é uma versão que utiliza apenas Ray Tracing na composição de sua iluminação global. Na qualidade Alta com Ray Tracing no Normal e DLSS no Modo Equilibrado o game faz uma média de 105 quadros com o Ryzen 7 5700G oscilando entre 38 a 44% de uso, e a RTX 3060 sofre ao não se estabilizar tanto, ficando na casa dos 80%. Em Quad HD, colocamos a qualidade no Médio, mantendo o RT no Normal e deixando o DLSS no Modo Desempenho. Assim alcançamos uma marca de 111 quadros, com o Ryzen 7 5700G levemente abaixo no uso de carga e a GPU estabilizada em 99%. Em 4K resolvi deixar tudo no baixo, inclusive o DLSS desativado e o efeito surtiu numa jogabilidade de 45 quadros, com o processador usando 25% de sua capacidade.

Control

Control é definitivamente um dos games mais bonitos que temos a disposição. Por ele não ser pesado para os processadores, testei o Ryzen 7 5700G na qualidade Alta em Full HD, sem nenhum recursos. O resultado foi nossa CPU fazendo míseros 19% de uso de todo seu potencial, enquanto a RTX 3060 puxava o tranco a cerca de 65 frames. Ao ativar o Ray Tracing no máximo e o DLSS renderizando em HD, o gameplay cai para casa dos 62 quadros, mas fica extremamente mais bonito. O Ryzen sobe ligeiramente seu uso para 26%. Mostrando que a resolução faz diferença, ao subirmos para Quad HD e deixando a qualidade no Médio o gameplay sobe para mais de 67 quadros sem esforço. O processador fica na média de 20% de uso, enquanto a RTX 3060 se estabiliza em 97/98% de carga. O 4K já pesa infinitamente mais, e mesmo na qualidade Baixa a jogabilidade fica próxima aos 50 frames, mas em compensação o Ryzen 7 5700G não passa de 15 % de uso.

Call of Duty: Warzone

Em Call of Duty: Warzone, grande sessão dos Battle Royale, o game da Activision rodou na qualidade Normal em Full HD, sem DLSS ou Ray Tracing, alcançando uma média de 133 frames enquanto nosso processador variava na casa dos 34% de uso, e a GPU em 97%. Detalhe que nessa resolução o Ryzen 7 5700G esquentou um bocado: média de 70 a 72ºC. Já na resolução Quad HD, ainda na qualidade Normal, Warzone desce — normalmente — para casa dos 80 quadros em média, e consequentemente, o nosso Ryzen 7 5700G obedece esse padrão, diminuindo sua carga para cerca de 27%, enquanto a GPU estabiliza mais nos 98% de uso. Em 4K, por outro lado, temos uma boa queda de frames, totalizando uma média de 48 ao longo do teste. O processador ficou tranquilo com seus 22% de uso, e finalmente a RTX 3060 alcançou todo seu potencial nessa resolução.

Resident Evil Village

No primeiro teste em Resident Evil Village, utilizamos o preset alto em Full HD, sem Ray Tracing ou FidelityFX Super Resolution, e o resultado reverberou num ótimo gameplay a mais de 140 quadros por segundo, com o Ryzen 7 5700G operando em 28% e a GPU a 99% de uso. Em uma configuração muito similar, porém, em Quad HD, o game já faz uma média de 96 quadros sem dificuldades. Fica visivelmente mais bem definido, todavia, não apresenta grandes diferenças ao uso de processador e placa de vídeo, mas o Ryzen 7 5700G já bate novamente os 70°C. A resolução 4K não se sai nada mal. Mesmo fazendo um misto entre médio e baixo, o game faz uns 49 frames em média, e a CPU já desce consideravelmente seu uso para 16% de uso, enquanto a RTX 3060 continua a todo vapor, entregando tudo que pode.

Fortnite

Fechando nossos testes com placa de vídeo dedicada, o último embate fica com Fortnite, e o game surpreende com uma média incrível de mais de 220 frames no tudo no Médio, sem Ray Tracing ou ajuda do DLSS para isso. O Ryzen 7 5700G fica bem a menos de 30% de uso, enquanto a RTX 3060 oscila bastante entre 60% de operação. Definitivamente é um preset competitivo de respeito. Quad HD é um meio ponto bem interessante. Sem usar tecnologia alguma e mantendo as configurações no Médio, conseguimos uma bela taixa de mais de 170 frames, com o processador continuando nos 30%, assim como a instabilidade da GPU, que não chega a incomodar nesse teste. Em 4K na qualidade Baixa a situação não é boa, pois além de ficar bem feio em termos visuais, nossa RTX 3060 se transforma no gargalo no sistema, enquanto o Ryzen 7 5700G fica ali na casa dos 22% de uso. Embora o gameplay esteja alto, ele oscila muito de 120 frames para cima, então não é uma boa ideia usar essa configuração.

Testes em games com placa integrada

A seguir, fizemos testes apenas com a Vega 7, a placa gráfica integrada do nosso Tyzen 5 5600G. Nesses testes não utilizamos modo de captura interna para não impactar na performance. Assim, as imagens a seguir foram filmadas pela própria câmera do celular, para ser justo com nossa APU. Para método comparativo, os testes foram realizados em qualidade média e/ou baixo, utilizando a resolução HD como padrão.

Rocket League

Rocket League abre nossa nova bateria de testes. O game roda muito bem num misto entre os modos Desempenho e Qualidade em HD, fazendo mais de 160 quadros facilmente. Já quando colocamos as coisas em Full HD…o resultado é igualmente bom, fazendo umas média de 75 fps.

CS:GO

CS:GO não decepciona e manda muito bem novamente. O gameplay fica oscilando entre 90 e 120 quadros, mas não percebi engasgadas nesse processo na resolução HD e qualidade Média. Colocar em 900p foi uma boa sacada, pois além de melhorar o visual, manteve o framerate estável nos 60 quadros sem problemas.

Call of Duty: Warzone

Call of Duty: Warzone se sai muito bem nos nossos testes, e na qualidade baixa em HD o jogo – por incrível que pareça – não fica tão feio, e ainda consegue manter um gameplay lisinho com taxas a partir de 48 quadros e chegando, inclusive, a ter picos até 71 frames em ambientes internas. Impressionante para nosso Ryzen 7 5700G.

Fortnite

Novamente finalizando nossas baterias de testes, Fortnite roda muito bem numa faixa de 84 quadros em HD na qualidade Média, mas também é possível jogar em Full HD no médio a mais de 65 quadros, porém recomendo ativar a sincronia vertical neste caso para evitar engasgos desnecessários.

Conclusão

Por fim, chegamos ao grande veredito deste texto. Vale a pena investir no AMD Ryzen 7 5700G? Antes de mais nada, vamos comentar sobre o preço deste processador, que pode ser encontrado na Pichau por R$ 2.089 ou no Magazine Luiza por R$ 2.184. Em contrapartida, o AMD Ryzen 7 5800X, versão similar e sem gráficos integrados, custa R$ 2.529 no Magazine Luiza, uma diferença até que considerável em preço, mas este processador acaba por entregar levemente mais potência do que seu concorrente da série G. Isso nos leva para a seguinte questão: o Ryzen 7 5700G é uma boa opção? A resposta é sim — mas não é uma resposta definitiva. Embora seja um baita de um processador, eu apenas recomendo este modelo caso você esteja pensando em montar ou fazer um upgrade em seu PC, mas por enquanto não tem dinheiro para colocar uma placa dedicada no orçamento – a crise não deixa. Dessa forma, os gráficos integrados do 5700G dariam conta das atividades mais simples e o próprio desempenho (8 núcleos e 16 threads) se encarregariam de outras tarefas mais pesadas. Agora, montar um PC Gamer para jogar somente nos gráficos integrados, sem uma placa dedicada e ainda por pouco mais de 2 mil reais? Para isso eu já recomendo o primo desta CPU, o: AMD Ryzen 5 5600G, cuja performance já foi analisada recentemente no Showmetech. Veja bem, a Vega 8 do Ryzen 7 5700G é muito boa, mas por todo esse valor? Mesmo tendo um processador e GPU juntos é salgado. Isso me leva a outro ponto importante. Minha grande recomendação desse processador vai para o gamer que planeja combinar o modelo com uma placa de vídeo potente ou precisa trabalhar com criação de conteúdo. Não faz tanto sentido usar numa RTX 3060 já que o chip sobra em desempenho — usamos a placa pois era a que estava sob nossa disposição no momento. O Ideal seria começar por uma RTX 3070 ou RX 6700 XT. Dito tudo isso, o Ryzen 7 5700G tem um público ligeiramente mais definido, mas definitivamente é um processador formidável, que mescla com precisão o poder de processamento em alto desempenho com gráficos integrados de bastante poder de fogo.

Ficha técnica

Veja também

E aí, o que achou do Ryzen 7 5700G? Aproveita e confira nosso review do Ryzen 5 5600G, o modelo custo x benefício para a crise.

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